terça-feira, 9 de novembro de 2021

How to Do The Flowers de Ruth Van Beek

 




Ruth Van Beek (1977) é uma artista holandesa que centra seu trabalho na apropriação de imagens de seu arquivo, que são em maioria retiradas de manuais de instrução de jardinagem, faça-você-mesmo, livros de história e arqueologia. Assim surge o nome do livro, que resulta em uma espécie de manual dadaísta, em que a artista deixa livre a interpretação das sequências e agrupamentos de imagens para os leitores. 




Em How To Do The Flowers as imagens são tiradas de seu contexto e dispostas lado a lado com outras: “Juntas, elas estão organizados de uma forma muito pessoal, em categorias que me parecem importantes neste momento ... Às vezes são construções abstratas, às vezes me lembram coisas que acontecem na vida real.” comenta Ruth em uma entrevista para o site Is Nice That. A repetição de imagens, sequências visuais e a associação livre entre as imagens constituem a narrativa do livro.









Van Beek intervém em algumas imagens, dobrando-as, recortando ou até mesmo pintando sobre elas. A manipulação destes recortes faz criar um novo universo narrativo em que a artista joga com intuição e humor. As imagens estáticas se transformam em mãos que se movem, e objetos se tornam sujeitos. Mãos que plantam flores, que cozinham, que penteiam os cabelos de alguém. Pedras que se tornam formas abstratas, e formas abstratas se tornam personagens.


“A imagem original foi tirada de seu contexto, mas o imaginário familiar – a fotografia formal dos livros de instrução (...) ou uma ação encenada – se mantém reconhecível, e assim fala à nossa memória coletiva. Elementos contrastantes conversam na obra de Van Beek: o passado morto ganhando vida; o literal e o abstrato; exibindo e ocultando expressivamente; tanto a limitação quanto a possibilidade infinita de um arquivo. ”






Em um sentido mais pessoal, para Van Beek How to do the flowers se tornou um manual para a criação de seus novos trabalhos artísticos.


    

O resultado final provoca sentimentos ambíguos nos leitores, que buscam um contexto narrativo e encontram centenas, estimulando, assim, sua imaginação.



Referências bibliográficas:


https://artpapereditions.org/product/book/ruth-van-beek-how-to-do-the-flowers/

https://www.itsnicethat.com/articles/ruth-van-beek-how-to-do-the-flowers-publication-301118

https://punkt.hu/en/2019/09/10/how-to-make-a-manual/

http://www.ruthvanbeek.com/


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