Ruth Van Beek (1977) é uma artista holandesa que centra seu trabalho na apropriação de imagens de seu arquivo, que são em maioria retiradas de manuais de instrução de jardinagem, faça-você-mesmo, livros de história e arqueologia. Assim surge o nome do livro, que resulta em uma espécie de manual dadaísta, em que a artista deixa livre a interpretação das sequências e agrupamentos de imagens para os leitores.
Van Beek intervém em algumas imagens, dobrando-as, recortando ou até mesmo pintando sobre elas. A manipulação destes recortes faz criar um novo universo narrativo em que a artista joga com intuição e humor. As imagens estáticas se transformam em mãos que se movem, e objetos se tornam sujeitos. Mãos que plantam flores, que cozinham, que penteiam os cabelos de alguém. Pedras que se tornam formas abstratas, e formas abstratas se tornam personagens.
“A imagem original foi tirada de seu contexto, mas o imaginário familiar – a fotografia formal dos livros de instrução (...) ou uma ação encenada – se mantém reconhecível, e assim fala à nossa memória coletiva. Elementos contrastantes conversam na obra de Van Beek: o passado morto ganhando vida; o literal e o abstrato; exibindo e ocultando expressivamente; tanto a limitação quanto a possibilidade infinita de um arquivo. ”
Em um sentido mais pessoal, para Van Beek How to do the flowers se tornou um manual para a criação de seus novos trabalhos artísticos.
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