REACTOR: Poster Workshop

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Poster Workshop

O ano de 1968, foi marcado por grandes revoluções/movimentos. Na America e na Alemanha, protestava-se contra a guerra no Vietname. Em França, Suécia, Dinamarca e na Holanda protestava-se contra os ataques feitos ao meio ambiente. Estas revoluções eram organizadas por estudantes conscientes dos males existentes no mundo.

Possivelmente, a revolução mais notável aconteceu em França no mês de Maio. Em Março de 68, cento e cinquenta estudantes protestavam no edifício de administração da universidade contra os responsáveis que geriam os fundos da universidade. Nos meses que se seguiram houve conflitos entre estudantes e autoridades. Tendo o seu início no dia 6 de Maio.

Imbuídos pelo espirito revolucionário da época, e pelos cartazes do Atelier Populaire, os Poster Workshop em Londres começaram a sua produção gráfica.

O mote do grupo era o seguinte: “Belongs to the People; Needs the People; Fight for the People; You’re the People, Use it.”

O grupo era composto por voluntários que acreditavam na mudança social e que as suas causas podiam alterar o mundo. Como não tinham muito dinheiro para sustentar o Poster Workshop, escolheram a serigrafia como método. Porquê a serigrafia? A serigrafia consegue produzir centenas de cartazes em pouco tempo, o seu uso não é dispendioso, pode ser instalado em vários locais e é uma técnica fácil de usar por qualquer pessoa.

Fizeram cartazes para diversos grupos, e para causas igualmente diversas: Associações de inquilinos que lutam contra os aumentos das rendas, trabalhadores em greve, grupos socialistas internacionais, jovens comunistas, organizações sul-africanas anti-apartheid e de libertação, outros movimentos de libertação, apoiantes de direitos civis, Black Power, grupos irlandeses, companhias de teatro, anarquistas, jornais independentes e muitas organizações estudantis.

Um dos fundadores, Peter Dukes, fala sobre o Poster Workshop da seguinte forma: “Havia uma atmosfera vibrante no workshop - uma sensação de ser relevante, útil e parte da ação. Podíamos expressar nossas ideias de esquerda por meio de um processo barato e simples de produção com a serigrafia. (…) Todos foram incentivados a aprender a fazer posters, principalmente aqueles que precisavam. Ninguém foi pago para participar, nem houve cobrança obrigatória de cartazes, pois tudo foi financiado por contribuições voluntárias e arrecadação de fundos.”