quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Giambattista Bodoni

Giambattista Bodoni, nasceu em Saluzzo, Piemonte, Itália, em 1740 e morreu em Parma em 1813.

Filho de um impressor, herdou do seu pai o interesse pelos ofícios da tipografia, pela qual desenvolveu uma grande paixão.

Detentor de uma enorme sabedoria e talento artístico que lhe permitiram conjugar um desenho de extrema qualidade técnica com um perfeito sentido estético, a criação da sua família tipográfica, baptizada com o seu próprio nome, foi o resultado de um crescimento e formação artística aliados a uma experiência que não só vinha do seu pai mas pela relação que estabeleceu com outros tipógrafos importantes como o caso de John Baskerville ou Benjamin Franklin.

Estudioso atento nas matérias relacionadas com as Artes Tipográficas, desde cedo a concepção do seu trabalho foi orientada por princípios que estabeleceu como identidade própria: uniformidade do desenho associada a uma extrema elegância, nitidez e pormenores de grande rigor.

No seu percurso artístico, é importante referir que trabalhou em Roma na sua adolescência, entre 1758 e 1766 na “Propaganda Fide”, que abandonou depois de o seu mentor, o papa Gregório XV,  ter morrido.
Viajou por Inglaterra e ao regressar a Itália por motivos de doença a sua vida muda quando o Duque de Parma o elege como director da “Stamperia Reale”, passando a supervisionar e a produzir uma enorme quantidade de obras, algumas de importante referência na época, como é o caso de “Oratio Dominica”, publicada em 1806, relativa à viagem do Papa Pio VII a Paris para assistir à coroação de Napoleão Bonaparte. Esta obra tinha o “Pai Nosso” traduzido em 155 línguas, o que fez dela uma espécie de catálogo, o mais completo e vasto com caracteres e alfabetos alguma vez publicado. Todas as matrizes usadas na impressão desta obra foram concebidas por si.

A dimensão da sua popularidade e sucesso cresceu e alargou-se a vários pontos da Europa, e foram inúmeros os elogios e honras que lhe chegaram do Papa e de reis de diferentes países.

Em 1782 foi nomeado Tipógrafo da Corte de Carlos III, rei de Espanha. Em 1788,  Bodoni, encetou a criação de um dos tipos de letra mais importantes de toda a história da tipografia. Com um desenho de uma enorme subtileza, caracterizado por um contraste forte na relação da silhueta com as hastes e serifas muito finas que lhe conferiam um aspecto muito moderno e elegante. Em 1790, o duque de Parma autorizou-o a abrir a sua própria tipografia a “Tipi Bodoni”. Aí escreveu, desenhou e publicou uma das obras mais paradigmáticas e uma absoluta referência na história da tipografia. “ Manuale Tipográfico”, um projecto com 100 fontes romanas, 58 itálicas e 28 gregas. Após a sua morte, Margherita Bodoni, a sua mulher, reeditou em 1818 o “Manuale Tipografico” em dois volumes que reuniam 142 tipos romanos com os correspondentes itálicos, gregos, góticos e ainda ornamentos, linhas, símbolos musicais que testemunhavam os mais de 40 anos que Giambattista Bodoni dedicou à tipografia.

A qualidade da sua tipografia, ilustração, encadernação e impressão podem ser testemunhadas na colecção existente no museu Bodoni, em Parma, desde 1963 onde se encontra reunida a sua obra.









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