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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Como é que as Cores Influenciam Emoções através de um objeto Gráfico

O uso estratégico de cores num objeto gráfico vai muito além da simples escolha agradável das cores. Ela baseia-se essencialmente num lado mais influenciado pela psicologia que a envolve. O espiritualismo das cores é um campo que investiga como diferentes tonalidades podem influenciar as emoções, o comportamento das pessoas em relação ao objeto e o impacto que o mesmo tem perante o público a que o objeto é destinado. Essa compreensão das cores permite aos designers criar comunicações visuais que não só chamam apenas a atenção, mas também se refletem emocionalmente com as pessoas. 

Por exemplo, o vermelho é uma cor poderosa, associada a sentimentos de energia, paixão e urgência. Ele é muito utilizado em campanhas de vendas e em chamadas de atenção, pois desperta uma resposta imediata e intensa. Um exemplo clássico é a utilização do vermelho em logotipos como o da Coca-Cola, que promove sensações de entusiasmo e dinamismo. Por outro lado, o azul é frequentemente escolhido por marcas que desejam transmitir segurança e confiabilidade. Empresas como Facebook e LinkedIn optam por essa cor para criar um ambiente de confiança e conexão, ressaltando a estabilidade e serenidade ao público. O azul tem um efeito calmante, que promove sentimentos de paz e lealdade.



O amarelo é a cor do otimismo e da alegria. Utilizado em projetos que desejam evocar sensações positivas, ele é vibrante e chama atenção, mas deve ser usado com moderação para não causar desconforto. Marcas como a IKEA usam o amarelo para transmitir entusiasmo e acessibilidade. Outro exemplo interessante é o verde, que simboliza a natureza, tranquilidade e crescimento. Frequentemente associado a produtos e marcas que promovem sustentabilidade e saúde, como a Whole Foods, o verde comunica um senso de bem-estar e equilíbrio.


Com isto surge-nos sempre perguntas como figurativamente: Como é que isso tem impacto no Design?

Bem parece um pouco óbvio para os mais observadores, é só associar uma coisa a outra. A verdade é que não é preto no branco. A escolha de uma paleta de cores adequada pode fazer toda a diferença na percepção de uma marca, um produto e até mesmo num simples objeto gráfico. O uso incorreto das cores pode causar danos colaterais como equivocar o ser humano devido ás diferentes percepções causadas, ou desviar a intenção inicial para outro público alvo indevido. Alguns exemplos dessa prática foram: o Logotipo das Olimpíadas de Londres em 2012, onde a paleta de cores do logotipo foi amplamente criticada por ser muito vibrante e confusa, causando um certo desconforto visual. Algumas combinações dessas mesmas cores chegaram a ser vistas como agressivas ou desarmônicas. 

Alguns sites e aplicativos com interfaces multicoloridas onde os designs de interfaces digitais têm sido bastante criticados por misturar cores que não criam contraste suficiente ou que cansam a visão do utilizador. O que acaba por dificultar a navegação e a compreensão do conteúdo. E até mesmo algumas marcas de fast-food com cores não tradicionais que tentaram diferenciar-se usando cores como azul ou verde em vez do vermelho e amarelo que são as mais comuns (porque dizem que estimulam o apetite). Essa abordagem, em alguns casos, resultou numa mensagem confusa ou desproporcional do conceito de comida rápida e prazerosa.

O que nos trás á conclusão que uma combinação que reforce as emoções desejadas tem o potencial de aumentar o envolvimento, melhorar a memória visual e gerar uma conexão emocional mais profunda com o público. 

Ainda por cima num mundo como o nosso que é tão saturado de informações visuais. Acho que podemos dizer que a compreensão da psicologia das cores permite aos designers criar experiências mais eficazes e impactantes. 


Por fim, o design é uma ferramenta de comunicação muito poderosa, e o uso inteligente das cores é essencial para transmitir a mensagem correta.


Pergunta para o público: Qual foi a cor que mais te chamou a atenção num item de design e como é que ela influencia a tua percepção sobre o produto ou marca?

Deixo aqui afixado a baixo algumas referências de alguns especialistas na psicologia das cores.


Johann Wolfgang von Goethe: Autor da obra Teoria das Cores, publicada em 1810. Goethe explorou como diferentes cores podem provocar sensações distintas e reações emocionais nos seres humanos. Ele dividiu as cores em categorias baseadas em como as mesmas impactam o humor e a percepção.

Faber Birren: Um dos principais especialistas do século XX na psicologia das cores e autor de livros como Color Psychology and Color Therapy. Birren investigou como as cores afetam o comportamento humano e como podem ser aplicadas para influenciar ambientes e produtos.

Angela Wright: Psicóloga das cores a nível contemporâneo e criadora do Color Affects System, que relaciona cores com traços de personalidade e como essas cores podem ser usadas estrategicamente no campo do design e do marketing.

Josef Albers: Artista e teórico que estudou como as cores interagem entre si. O seu trabalho Interaction of Color examina como a percepção das cores muda de acordo com os contextos adjacentes.

Como é que a Tipografia ajuda a criar uma Narrativa Visual na capa de um Livro?

Já reparas-te como a capa de um livro atrai ou afasta o teu interesse instantaneamente? Ou, qual foi a última vez que escolhes te um livro pela capa? 

Bem como todos nós sabemos, a capa de um livro é a primeira experiência visual que o leitor tem com o objeto. Dentro das inumeráveis escolhas de design a fazer no objeto gráfico, a tipografia desempenha um papel fundamental por ser um elemento que contribui para a mensagem, o tom e o tema do conteúdo do livro mesmo antes de o abrirmos e folhearmos as páginas. Este post é direcionado a abordar um pouco sobre esse tema em especifico. Por exemplo como é que a tipografia, e a escolha das fontes para os pormenores de posicionamento e cor, se torna uma ferramenta poderosa e narrativa visual na capa de um livro. 


A decisão do tipo de letra e do estilo tipográfico é muito importante para atribuir características próprias a cada livro. Por exemplo analisando com mais atenção, uma fonte serifada e clássica pode indicar que o livro se trata de um romance histórico ou uma obra literária enquanto que, por exemplo, se for uma fonte bold e sans-serifa pode sugerir um livro de temas contemporâneos ou técnicos.


Um excelente exemplo dessa prática é o livro “As Vantagens de Ser Invisível” de Stephen Chbosky. Na edição mais conhecida, a tipografia é manual e irregular, transmitindo uma sensação de autenticidade e imperfeição, que reflete o tema de crescimento e autodescoberta do livro. O estilo manuscrito e sóbrio da fonte combina com o tom jovem da narrativa, remetendo ao diário do protagonista. Da mesma forma podemos discutir o layout da tipografia em relação às imagens, cores ou outros elementos visuais da capa. A forma como o texto interage com a imagem pode sugerir movimento, hierarquia ou um ponto focal específico. 




Como no livro da "Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll. Algumas edições mostram o título em fontes lúdicas, quase "retorcidas" ou "derretidas", integrando-se nas ilustrações surrealistas de personagens como o Coelho Branco ou o Gato de Cheshire. A tipografia brincalhona e excêntrica complementa a natureza fantástica e absurda da história.







Agora a pergunta é: como é que o design pode servir como uma ferramenta de conexão com o leitor? Bem, é simples! O espaçamento, as cores e as letras afetam diretamente a percepção emocional. Uma tipografia arredondada dá uma sensação de suavidade e conforto, ideal para livros infantis ou de auto-ajuda. Por outro lado, letras mais retas e espaçadas em tons escuros podem sugerir suspense ou mistério. Essa escolha alinha o leitor ao conteúdo e provoca emoções que o envolvem na experiência antes mesmo de abrir o livro.


Para quem gosta de observar mais de perto como a tipografia conversa com o design da capa, existem algumas dicas rápidas:

Dica 1: Observe se a capa usa fontes serifadas ou sans-serif – isso pode indicar o tom da história. Fontes serifadas são geralmente usadas para livros clássicos e sérios, enquanto sans-serif sugere temas modernos e acessíveis.

Dica 2: Note o espaçamento e o estilo da fonte; letras apertadas podem indicar tensão ou complexidade, enquanto letras mais espaçadas sugerem leveza e ritmo lento.


Além disso, devemos observar também o layout da tipografia. A forma como o texto interage com a imagem pode sugerir movimento, hierarquia ou um ponto focal específico. Por exemplo, no caso do livro "On Earth We’re Briefly Gorgeous", de Ocean Vuong, a tipografia minimalista sobreposta a uma fotografia em preto e branco cria uma sensação de intimidade e profundidade, refletindo a natureza poética e introspectiva da narrativa.

A tecnologia digital também acrescentou novas possibilidades, especialmente com o uso de fontes personalizadas e digitais. Um ótimo exemplo é a série Harry Potter, cuja fonte personalizada é imediatamente reconhecível e ajuda a criar um vínculo emocional com o universo do livro. Além de estabelecer um “branding” icônico, a fonte faz parte da identidade visual da série, capturando a essência mágica da história.

Assim para concluir, podemos resumir que a tipografia é mais do que uma escolha estética. É uma maneira de contar a história do livro logo na primeira impressão. Daqui a diante experimente olhar para as capas dos livros ao seu redor e tente identificar como a tipografia complementa ou sugere a narrativa.

 Qual é a capa do livro que mais te marcou pela tipografia? 

Conta-nos nos comentários!

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Poluição Visual Urbana e Design: Um Diálogo Necessário

 Alguma vez reparas-te em cartazes sobrepostos nas paredes? Ou qual foi o lugar mais poluído visualmente que já viste?

Bem a prática de sobrepor cartazes uns sobre os outros em ambientes públicos gera um fenômeno que transcende a poluição visual e se transforma num problema de Design Urbano. O design, sendo uma área que procura organizar e comunicar informações de forma eficiente e estética, a cada dia que passa enfrenta um desafio maior com o aumento descontrolado de camadas de anúncios que acabam saturando o espaço visual. Esse acúmulo compromete a legibilidade dos próprios cartazes e, a longo prazo, cria uma interferência que desfavorece tanto os anunciantes quanto o público-alvo, além de degradar a estética urbana. Felizmente, em Portugal essa prática não é muito usual., observamos cartazes nas paredes mas nunca de forma irregular ou extraordinária. No entanto em outros países infelizmente é uma situação bastante comum. Como por exemplo, em cidades de países como o Brasil, a Argentina, o México, o Japão e os Estados Unidos. É especialmente evidente em áreas com intensa atividade cultural e uma tradição de publicidade "alternativa", onde as ruas são usadas como extensão da arte urbana.

Geralmente o que nos surge é perceber como é que estamos diante de poluição visual através da saturação de tantos cartazes na parede. Basta te questionares. Alguma já notas-te o impacto dos cartazes sobrepostos em algum espaço que frequentas ou frequentas-te em algum momento? Refletir sobre essa questão como exemplo ajuda a entender a importância do design na organização e preservação dos espaços urbanos.


Do ponto de vista do design gráfico, essa prática revela uma incoerência. Enquanto o design procura comunicar claramente uma mensagem, o excesso de camadas e a sobreposição das mesmas acabam por sufocar a informação, tornando o conteúdo visualmente caótico. Essa situação poderia ser evitada com soluções de design que organizem melhor os espaços de anúncios, como murais específicos, painéis de uso controlado e situações com prazos determinados onde os responsáveis pelos cartazes controlassem o tempo de exposição dos mesmos. 



   Algumas sugestões de Soluções Visuais 

Para incentivar o debate sobre soluções para a poluição visual, participa com a tua opinião sobre qual destas ideias de design urbano consideras mais eficiente.

1. Espaços dedicados para anúncios, evitando a sobreposição.

2. Painéis temporários que permitem apenas um certo número de anúncios simultaneamente. Ou, 

3.Painéis digitais que limitam a exibição de anúncios conforme necessário.

– Vota na tua Preferida!


Para conseguir ilustrar melhor esta questão, observe as imagens abaixo retiradas de um vídeo onde acontece este tipo de situações. Esta referência foi a que me chamou a atenção para questionar este assunto. Uma vez que, para pessoas como eu, que não moram em locais onde esta prática acontece e que assim como eu não tinham consciência da existência desta situação é uma chamada de atenção para estarmos mais atentos. Como podemos observar mostra o problema mais tangível e compromete-nos à travessia de mudanças que deveriam ser postas em prática.




Além de refletir, convido-te a compartilhar as tuas próprias sugestões! E a compartilhar esta situação com pessoas, que assim como eu desconheciam este cenário. 


Como exercício prático, proponho um desafio: procurar e observar um espaço público onde existam cartazes sobrepostos nas paredes ou uma enorme quantidade dos mesmos. Imagina que és a pessoa responsável, ou o criador deles. Que tipo de sentimento ou até mesmo visualmente com que olhos observarias o ambiente e emoções isso te traria? 


Deixo aqui o vídeo completo para quem deseja se aprofundar e visualizar o vídeo completo.