segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Von Calhau! apresenta OXIMOROBORO na Culturgest.

Ele e Ela são Von, Von Calhau.
Marta Ângela e João Alves conheceram-se em 2006, no Porto, durante um workshop de criação de instrumentos eletrónicos e do qual João foi o formador; dos vários participantes, apenas Marta chegou ao fim, tendo sido, portanto, a única resistente.


Marta e João iniciaram uma viagem pela música experimental; durante o primeiro ano de criação conjunta lançaram vários registos áudio, álbuns (alguns disponíveis online), realizaram com certos e showcases performativos, de norte a sul do país.
Para completar este percurso, ou simplesmente levados por uma curiosidade impetuosa, embrenharam-se por outros caminhos: artes plásticas, cinema, desenho e poesia. Sem nunca perder a sonoridade metalizante, começaram a chover Calhaus!
Todas as práticas artísticas se metamorfosearam numa identidade que, partida em dois – unidade vs. equilíbrio, emotividade vs. Razão, evidencia todas as experiências de pesquisa e do processo de criação nas obras e manifestos artísticos de Von Calhau!


Com recurso às técnicas visuais fundadas pela poesia concreta, Von Calhau! apresenta uma série de obras c

domingo, 17 de janeiro de 2016

O Pensamento como construção


“Quatro variações à volta de nada ou falar do que não tem nome” 

de Nicolás Paris (Bogotá, Colômbia, 1977)

Curadoria de Filipa Oliveira

Exposição temporária de 18/11/2015 a 06/03/2016

Museu Colecção Berardo | Praça do Império 1449-003 Lisboa, Portugal | Piso: 0

Telefone: 21 361 28 78 


Website: www.museuberardo.pt 

Fotografias de David Rato




Quatro variações, quatro salas, quatro conceitos - ferramenta, método, ideia e sistema.

Esta exposição tem como temática o processo de aprendizagem e de erro, através de uma postura do artista perante a arte como a de um professor que ensina os seus alunos.  





Assim sendo, cada espaço funciona como uma sala de aula. O espectador decide se quer aprender ou desaprender.

Os objectos funcionam como ferramentas pedagógicas que nos dão a entender que a ideia é um conceito em constante desenvolvimento e construção.

A aprendizagem por associação desmistifica o conceito de educação como sistema e transforma-o num método. Paris utiliza este processo através de várias experiências que por sua vez produzem, no espectador, uma vasta quantia de ideias, sempre presentes de uma organização lógica. 







As quatro salas funcionam como um todo pelo uso da continuidade e evolução das ferramentas. Em cada espaço é explorada a construção como um processo de aprendizagem, quebrando as normas de pensamento educativo.






O uso da escala com as ferramentas é também posto à prova à medida que se atravessa de uma sala para a outra. Na primeira, onde os objectos são pequenos, o artista exige um contacto mais próximo com as peças, sendo necessária uma observação detalhada. Pelo contrário, a segunda tem mais espaço de manobra, onde é possível uma maior movimentação que é causada devido ao tamanho superior das peças. Aqui, o observador explora as peças, não com os olhos mas sim com o corpo, um desafio motor que quebra com as normas de aprendizagem. 

A seguir, na terceira sala, passa a existir apenas um apontamento da concepção de ideia como um processo orgânico e natural que tem várias ramificações. Já na ultima sala, onde a noção de sistema é explorada, observam-se vários registos videográficos que revelam o uso do corpo como ferramenta auxiliar de montagem. Várias construções que fornecem ao espectador uma consciência da forma e do conteúdo, ao visualizar a produção, participativa e lógica, não só do artista mas também do próprio observador.  







Nicolas Paris oferece-nos uma obra que não existe, invisível e intocável. É preciso ser participante. É preciso experimentar as sugestões didáticas do artista. É preciso desaprender o que já foi aprendido. Ao sair desta arena de conhecimento, o público processa esta passagem como uma avaliação.  

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Stan Douglas | Interregnum
CCB Museu Coleção Berardo
De 21 de Outubro a 14 de Fevereiro

Stan Douglas (Vancouver,1960) traz ao Museu Coleção Berardo a exposição Interregnum, um conjunto de três trabalhos recentes, Disco Angola (2012), Luanda-Kinshasa (2013) e The Secret Agent (2015), relacionados com um período histórico, os anos setenta, onde “diferentes expectativas do mundo emergem”, como escreve Pedro Lapa, o curador da exposição.
É de realçar, desde logo, o facto de se tratar de uma exposição com trabalhos bastante recentes. The Secret Agent foi, inclusivamente, criado para esta exposição, dando ao público português a oportunidade de ver, em primeira mão, o trabalho de um autor da dimensão internacional de Stan Douglas. Apenas este fato já seria suficiente para justificar uma visita ao Museu Coleção Berardo e a esta exposição em particular.
A exposição ocupa três salas, uma para cada uma das obras apresentada, com boas condições de visualização e audição, como é já costume no Museu Coleção Berardo.
O título, Interregnum, aponta para esse intervalo na década de 70, em que um horizonte de novas possibilidades de expressão pessoal e cultural pareciam abrir-se numa proposta de multiculturalismo que outras formas de poder viriam, mais tarde, fechar.


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 Stan Douglas, Kung-Fu Fighting, 1975, série Disco Angola, 2012


      
Stan Douglas, Kung-Fu Fighting, 1975, série Disco Angola, 2012

Disco Angola são duas séries de fotografias aparentemente distintas. Encontram um elo de ligação numa personagem fictícia, um repórter norte-americano que estuda essa realidade multicultural que emerge em Nova Iorque e que é a chamado para uma reportagem da mesma situação em Angola. Uma das séries mostra-nos o surgimento do disco sound em Nova Iorque, como movimento de fusão de várias culturas que virão a ser transformadas num produto mercantil, e outra que mostra o fim do colonialismo português em Angola e o início da guerra civil que veio depois. O resultado são duas séries de quatro fotografias cada, em formatos variados, onde se vê o intervalo entre dois sistemas de poder e as possibilidades abertas.

          
                                                   Stan Douglas, Luanda-Kinshasa, 2013


Luanda-Kinshasa é uma vídeo-projeção. Vemos uma banda de jazz de fusão que combina o free-jazz, o rock, o funk e o afrobeat nos famosos estúdios da Culumbia Records, também conhecidos como The Church. O vídeo leva-nos ao princípio dos anos 70 e ao início de uma fusão de linguagens musicais a que Miles Davis, cuja imagem alimenta todo o vídeo, deu origem.
A banda, de músicos atores convidados, toca duas músicas e de cada vez que se repetem, a ordem dos segmentos de filme e de som é alterada aleatoriamente – Douglas concebeu um dispositivo computorizado que que altera essa ordem ao transmitir o filme, participando, assim, diretamente na composição da música como se também fosse músico.

 
Stan Douglas, The Secret Agent, 2015


The Secret Agent é uma longa metragem de 52 minutos, apresentada em seis ecrãs, divididos em duas filas de três, alinhadas frente a frente. O espetador senta-se no meio, o que provoca uma imersão na ação, assim como uma ideia de controlo sobre o desenrolar da história, pelo acesso a diferentes perspetivas. No entanto, há uma sensação de desconforto que cresce com a proliferação de imagens insignificantes e o espetador passa a sentir que perdeu esse controlo sobre o filme e os seus protagonistas. 
Assim, Douglas mostra a forma como a abertura dada pelo fim da ditadura se foi fechando, também, fugindo do controlo dos protagonistas como o filme foge do controlo do espetador. 



   Stan Douglas, The Secret Agent, 2015

Ao mostrar sempre estes períodos de criatividade e libertação entre dois sistemas de poder, Douglas chama a nossa atenção para a forma como o poder pode fechar-nos em estruturas de comportamento e de expectativa muito mais limitados do que o que a nossa condição humana pode permitir. 

O cuidado a que o Museu Coleção Berardo já nos habituou na montagem e nas condições de apreciação das obras que expõe, aliada à importância e contemporaneidade – relembre-se que uma das obras estreia aqui e as outras são desta década - dos temas abordados por Stan Douglas e à qualidade com que este os aborda fazem desta exposição um evento a não perder. A exposição inaugurou em Outubro do ano passado e fica até 14 de Fevereiro.




segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Oximoroboro - Von Calhau! na Culturgest

DE 24 DE OUTUBRO 
A 10 DE JANEIRO

Galeria 2
Entrada gratuita



A dupla de artistas Von Calhau! (Marta Ângela e João Alves) expõe, na Galeria 2 da Culturgest em Lisboa, um conjunto diverso de trabalhos que resultam da sua intensa produção artística, e que incluem vídeo, produção gráfica e de desenho, performance, instalação e publicações. A curadoria é de Miguel Wandschneider.

                        

Vista da exposição


Desde 2006 que a dupla Von Calhau! tem vindo a desenvolver um vasto trabalho nas áreas da música e das artes visuais, cruzando e misturando diversos elementos e referências, e criando um imaginário muito próprio, com o qual interrogam a condição humana e as possibilidades  da sua representação.


Vista da exposição

A exposição encontra-se disposta ao longo de seis salas, alternando a instalação de objetos e som, desenhos e a projeção de vídeo e filmes. À entrada um mecanismo feito para nele 'tropeçar-mos', num registo de aparente comicidade. Destaque seguinte para dois desenhos de animais, espécies extintas de um mundo entretanto desaparecido, que ocupam uma sala escurecida, e que nos são dados a ver como se de projeções se tratassem. No espaço de maiores dimensões, encontra-se exposta a obra gráfica, composta na quase totalidade por serigrafias em papel.


Dodô, 2009

Mamute, 2009


A evocação de um mundo pré-histórico ou primordial permeia um dos filmes projetados: Avesso, onde duas figuras interagem num ambiente que tanto parece evocar esse início, como remete para um fim apocalíptico. Um mundo vindo das entranhas, visceral e mágico. A utilização na matriz de película 16 mm, nos três filmes projetados, confere-lhes um caráter orgânico, transformando-os em objetos artísticos com corpo, palpáveis. 


Avesso, 2011


No seu conjunto, a exposição apresentada na Culturgest põe em evidência um percurso artístico feito de invenção e reinvenção, cujo carácter de miscigenação não permite compartimentações. Tudo é colocado à disposição do público para que também este entre no universo muito particular dos Von Calhau!.














 

sábado, 9 de janeiro de 2016

Fado: A Strange Way of Life

Museum of Fado
Largo do Chafariz de Dentro, N.º 1
1100-139 Lisboa
Tel +351 218 823 470
Fax +351 218 823 478
Email info@museudofado.pt
Tuesday to Sunday, from 10 AM to 6 PM (last admission: 5.30 PM).
Closed on 1st of January, 1st of May and December 25th.
Documentation Centre
Monday to Friday, from 2.30 PM to 6 PM. (by previous appointment)
Museum School
Monday to Friday, from 2 PM to 8 PM

The Portuguese worldwide famous genre of music Fado has been also in the list of World’s Intangible Cultural Heritage of UNESCO. The permanent exhibition of Museum of Fado drags the visitors into the depths of Portuguese culture in its melancholic way by introducing visitors with fado and its origins by several kinds of displays, installations, audio-visual presentation, discs, re-created guitar workshop, paintings and even with Fado graffitis on its walls. The museum is located in Alfama where considered Fado was born with the working-class districts in.

The museum welcomes you with huge white and black posters of the Fado singers - from the very early times till the contemporary time - in the entrance with the two floor view which is enough to trigger your curiosity besides excitement. The display of the posters and the opening is pretty much impressive that you find yourself in the middle of nostalgic and mysterious world of fado with your first step.



An audio guide companies the visitors with four language (in Portuguese, English, French and Spanish) guide during the museum tour. Within the first room besides the posters you are introduced with the primordial origins of fado including the fado dance which is ‘lundum’ in early 19th century with detailed information and images. Since fado is known mainly as the typical music of Portugal this new information takes interest at once because it is not really known even by a Portuguese citizen. Here be prepared to witness how the passionate and love of fado can be incredibly strong.



After introducing with the evaluation progress of fado from the sentimental traditional song such as “Modinhas” the visitors continue their visit with graffitis on the wall. Every touch in the museum is now ready to reveal the passionate of Fado and its meaningful harmony with “saudade”, love and emotions.



“The guitar shall not warm
Although you sing with pride
If it is not about love
Every guitar gets cold”

Although cheerful fado exists and can be listened in the Museum the atmosphere is mainly melancholic with the exposure of emotions to the sound of a guitar. Fado is clearly associated with the word “saudade”. Saudade does not have a direct translation in English (longing has closer meaning), but in Turkish can be replaced with the word “hasret” which means a very strong feeling of missing someone of something.

The painting of oil on canvas of contemporary art by Constantino Fernandes reflects the moments of expression of fado with saudade. Fado theme reflected to the Portuguese contemporary art by the artist Constantino Fernandes in 1920s as it can be seen the canvas of “The Sailor” below. We witness the departure moment, “saudade” revealed by the Fado singing with Portuguese guitar and meeting moment through the canvas.


O Marinheiro, by Constantino Fernandes, 1913

Besides absorbing paintings such as the paintings of Julio Pomar, José Malhoa, the museum supplies a wide offer of Fado recordings, books, discs, postcards, musical instruments, Fado room within rich fado collection, companying with the biography of the famous fado singers.



On the other hand the visitors will find the process of the hand work to make the Portuguese guitar with a big screen and the non-completed pieces of the guitars by a workshop with the company of Fado.



Besides the musical and cultural aspects the museum takes you into a journey about the political history of Portuguese dictatorship and with some clues of the position of the art against the fascism of Salazar. As a country which has The Carnation in history the museum makes his best reflecting the Salazar era with the oppression. The art pieces reflect prohibitions of the related term and objectivation of women body and the difficulties women had to face with several limitations stucked in their houses.





In a cinema saloon along with the display of short documentary about fado the most famous fado singers such as Mariza, Jose Manuel Neto express their passionate in singing of fado. Well, actually they cannot. Referring to the discourse of Amelia about fado “ A strange way of life” it is pretty much difficult describe the fado. Because as the famous artists state fado cannot be described, it can be felt inside. It cannot be taught but can be learned. Because it is all about feeling, all about ‘saudade.

I took the liberty to state the flaw of the museum is the arrangement of the path and the disharmony of the floors organizing. During the museum tour the visitors get lost in the melancholic atmosphere of Fado but to pass through the last display you must go to the downstairs to the basement floor which pulls you off from the entire atmosphere the museum created during the whole tour.

Aiming to significantly increase the quantity and quality of the information offered to the visitor the museum drags you into alive and dynamic environment with all freshness and technical developments which definitely worth to see and feel. Despite of the disappointing end of the tour it is fair to refer that The Museum of Fado is a key opens the door of deep Portuguese culture and historical background in an artistic way. I definitely suggest the reader to taste the atmosphere and feel drunk of Fado so that when you leave the museum you will have fresh eyes to see the city with more love and ‘saudade’.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Despite Intensions

John Divola 
24 Sep - 21 Nov 2015
Galeria Pedro Alfacinha - Lisboa
Rua de São Mamede, 25 C. Tel: 21 1359220
3ª a Sábado das 15h às 21h.


“Despite Intensions”, 1983, 12x24 0n 20x24, fotografia Cibachrome 


Despite Intensions é primeira exposição individual do fotógrafo californiano, John Divola, em Portugal. Reúne nove dípticos inéditos, produzidos entre 1983 e 1984, que podem ser vistos na galeria Pedro Alfacinha, uma galeria inaugurada em Setembro 2014 e exclusivamente dedicada à fotografia.

Este trabalho remete-nos para a relação entre a escultura (muitas delas construídas pelo próprio artista) e a fotografia, através da associação entre pessoas e objectos, reiterando a sua relação com a experimentação e sua possibilidade de documentação através da fotografia. 

As imagens saturadas de cor, conjuntamente com sua apresentação díptica, convida-nos a uma leitura gestáltica de ambas. Porquê o uso desta forma de cor (com impressões em cibacrome que produzem cores artificiais) e a associação destas imagens? São questões que se nos colocam durante a exposição. 


“Despite Intensions”, 1983, 12x24 0n 20x24, Fotografia Cibachrome 

John Divola (n. 1949) é um artista que se divide entre a fotografia e o ensino. Nasceu em Los Angeles e cresceu no vale de São Fernando, na Califórnia. Completou o MFA na Universidade de Califórnia de Los Angeles, em 1974. Desde 1975 é professor de fotografia e arte em muitas instituições, nomeadamente na Universidade da Califórnia, em Riverside (desde 1988). Foi bolseiro por diversas vezes da National Endowment for the Arts,  John Simon Guggenheim Memorial Fellowship, City of Los Angeles Artist Grant e da California Arts Council Individual Artist Fellowship, entre outros prémios e distinções. Desde 1975 realizou mais de 70 exposições individuais nos EUA, Japão, Europa, México e Austrália, como também participou em mais de duzentas exposições coletivas, em diversos locais.

Trabalha principalmente em fotografia e imagem digital, em torno de uma gama de assuntos que varia amplamente, mas o rigor intelectual a partir do qual elas surgem é invariável. Desde os anos 70 o seu trabalho ultrapassa os limites técnicos de fotografia, permeando as suas imagens com gestos e intenções. Filho de um engenheiro aeronáutico e de uma escritora, fotógrafo que se mantém fiel à fotografia, continua a descrever o seu trabalho, as suas manipulações na imagem, não para mostrar como a máquina “mente”, mas sim como as coisas podem ser ativadas e mudadas na realidade, e registadas através da câmara fotográfica. A fotografia como índice da realidade e menos como representação. 

“Despite Intensions”, 1983, 12x24 0n 20x24, Fotografia Cibachrome 

O seu trabalho é caracterizado por uma relação entre a arte conceptual, a performance e a escultura. Ele parece ser capaz de recolher o espaço entre a fotografia e ao mundo que ele documenta, acentuando o seu próprio impacto sobre o espaço, ainda que pequeno. Interessa-lhe a visão da obra de arte como ação no mundo, como também a possibilidade desta ser fruto da sua própria existência. Considera a possibilidade de articular “o que está dentro com o que está fora de nós, o que vemos com o que sentimos, através da experiência”1.


Fotografia da exposição da Galeria Pedro Alfacinha, Lisboa

Divola tem muito em comum com artistas como Bruce Nauman e Robert Smithson, que usaram a fotografia para investigar outros tópicos. Descreve sua prática de forma sucinta: “os meus actos, a minha pintura, as minhas fotografias, são parte de um processo de evolução e mudança. A minha participação não é tanto uma consideração intelectual, mas um envolvimento visceral”2. Faz-nos questionar o meio fotográfico como mero registo do mundo e da sua relação de neutralidade, podendo este ser constituído como um meio privilegiado e potencial de registo da dinâmica presente.


Fotografia da exposição da Galeria Pedro Alfacinha, Lisboa

Em Despite Intentions podemos ver a imagem enquanto processo, processo de ação física e material, no espaço pictórico. A sua riqueza pictórica e conceptual faz-nos considerar ser esta, provavelmente, uma das melhores exposições de fotografia do ano.

1 e 2 Entrevista a John Divola realizada por Simon Baker, em Agosto de de 2012, gravação disponível no Museu de Arte de Santa Barbara.




terça-feira, 5 de janeiro de 2016

MEMORY OF WATER


<<In broad daylight, even the sounds shine>>
Wim Wenders scouting in Portugal

Water Museum – Mãe d’Água das Amoreiras Reservoir
LISBON, PORTUGAL

07/11/2015-02/04/2016




“But water doesn't care for human sorrows.
It flows without slowing or quickening its pace in the darkness of the earth, where only stones will hear.” 
-Emmi ItärantaMemory of Water




It was a rare sunny afternoon of Portugal notorious rainy December.



I came to the Water Museum, Mãe d’Água das Amoreiras Reservoir
for an exhibition which composed of 28 photographs from the multi-talented Wim Wenders. Apart from being a photographer, this German artist is also a  filmmaker, author and playwright. And these 28 photographs were shot during his location scouting in Portugal for three of his movies from different timing.

                                          wim wenders, aqueduto aguas livres


Before my visitation, I was very curious where the exhibition takes place as without much knowledge about the appearance and atmospheric setting of the architecture.
Designed in 1746 by Carlos Mardel and completed in 1834, the Mãe d’Água Reservoir of Amoreiras was used to collect and distribute the water carried by the Águas Livres Aqueduct. Nowadays, the purpose has changed and it’s open for visitors and for special occasions and art exhibitions.



Without mentioning the structure of haunting beauty, together with the currently exhibiting desolate images. Visitors will find themselves getting caught in a time maze.

 The space welcomed me with a stony height and depth, while the winter sunlight came through the windows. Sunbeams were caressing every little crack and gap of the rough stony surface, a painting by lights and shadows. The water reflections from the center reservoir were bouncing around the wall like the naughty children. I could hear the gentle trickling water echoing in the long narrow hallway. Air was filled with a chill humidity and the smell of the damp flurry moss.


The images of Wim Wenders were murmuring within the hallway under the dim lights. They were like the windows of the past which were allowing one  to peep through from the present. They were engaging with one another about nostalgic memory, time and loss of Portugal.
The powerful presence within each cinematic photograph was imposing a notion of desertion and emptiness, the architecture or people in the images were fading with time. The presence of people in time has become insignificant and helpless.


                                                     wim wenders, lisboa

 From the captures one can tell Portugal was speaking to Wim Wenders through the medium of water, tracing and exhibiting their souls. While I was walking down the hallway, the sound of water was as well harmonizing with my footsteps, once again telling me their stories and the lost time of this country. Singing a song of a lost love and a shattered dream, without the dramatic announcement of emotions.


wim wenders, praia grande sintra


These were the memories from a faded luxurious glorifying stage. 
Echoing in bright sound waves that only one soul can hear from these memories of shining water.