quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Atelier Populaire

 No dia 3 de Maio de 1968, uma reunião estudantil que decorrida no pátio da universidade de Sorbonne, é interrompida pela polícia. Quem chamou a policia para terminar a reunião foi o director Jean Roche. Vários alunos são detidos, e Sorbonne fecha as suas portas.

A 6 de Maio, o sindicato estudantil (UNEF) e o sindicato dos professores convocam uma marcha de protesto contra a invasão policial e o fecho da universidade. A marcha dirigiu-se até Sorbonne; os manifestantes foram recebidos com hostilidade, o que iniciou um escalar de violência entre alunos e polícias. 


Entre os dias 10 e 11, deu-se a Noite das Barricadas. Uma violenta luta entre polícias e estudantes. No final da noite mais de 500 estudantes foram presos e centenas foram hospitalizados, incluindo 250 polícias.


A luta estudantil ganha notoriedade e solidariedade por parte das outras universidades francesas e pela classe operária, que dá inicio à maior greve geral da história francesa. Milhões de trabalhadores saíram às ruas em apoio aos estudantes e também para apresentar as suas próprias reivindicações.


Os estudantes ocuparam a Escola de belas Artes no dia 14 de Maio de 1968, e a produção gráfica principiou.


Toda a concepção gráfica era feita pelo grupo auto-denominado Atelier Populaire. O primeiro cartaz é feito em litografia, intitulado “Usines - Universités - Union" (Fábricas - Universidades - Unidade), e representa a união entre trabalhadores e estudantes.




O Atelier Populaire tencionava vender os cartazes numa galeria, e o dinheiro ganho com a venda seria oferecido aos estudantes e aos operários que estavam em greve. Quando se dirigiam para a galeria, vários estudantes tiraram os cartazes e começaram a colá-los nas paredes.


A técnica de litografia não possibilita uma produção rápida, assim sendo, começaram a produzir os cartazes em serigrafia. A técnica de serigrafia tem as suas limitações, como a reduzida paleta cromática e a ausência de dagradés, o que resultava em cartazes um pouco naives.







A concepção intelectual e gráfica dos cartazes era discuta numa assembleia- geral diária. A assembleia era composta pelos artistas e pelos militantes do movimento. Antes de iniciarem os cartazes duas perguntas eram feitas:  “A ideia política é justa? O cartaz transmite bem esta ideia?”

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