domingo, 17 de dezembro de 2017

ESAD na Cinemateca

Captura de tela do filme "Viciada no Amor" de Inês Sampaio


      No passado dia 5 de Dezembro pelas 21:30 deu-se a terceira edição da ESAD.cr na Cinemateca; uma iniciativa para mostrar numa das saldas de cinema mais importantes do país uma seleção dos melhores filmes realizados por alunos finalistas do curso de Som e Imagem da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.
      É importante frisar que estes trabalhos, ao contrário dos trabalhos finais do ramo de Realização da Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa não são financiados pelo ICA, pelo que os alunos escolhem maior parte das vezes filmar os próprios colegas ou amigos, filmar a escola ou as casas dos colegas da ESAD e usar imagens de arquivo, factores que a ajudam a explicar a prevalência de filmes documentais nesta sessão.
      Em destaque estão os filmes “De gente se fez História” de Inês Vila Cova, “Brthr” de Inma Veiga, “Viciada no amor” de Inês Sampaio, “Púrpura” de  Pedro Antunes e “Rabo Negro” de Tiago Silva. Todos filmes profundamente auto reflexivos à excepção dos dois últimos.
      Em “De gente se fez História” a realizadora faz um uso exemplar do material de arquivo familiar e da zona pescatória de Caxinas e à semelhança de Inma Veiga com “Brthr” mostra uma profunda sensibilidade com os entes queridos que serve de ponto de partida para uma reflexão sobre a família e a ligação com o lugar. 
     “Viciada no Amor” é de todos a produção mais deliberada e meticulosa, da música aos cenários todos os detalhes da produção do filme contribuem para a sua narrativa e intenção, os actores escolhidos são eles próprios personagens significativos na vida emocional da realizadora. Em “Púrpura” e “Rabo Negro” o espaço de reflexão é no outro, no primeiro são exploradas as questões de género e identidade sexual, sendo o título uma referência ao espaço entre os dois sexos, masculino e feminino, azul e rosa, respetivamente; e em “Rabo Negro” é-nos dado a conhecer uma figura ambígua para a comunidade da Vila de Ourém que causou relações igualmente ambíguas na audiência da Cinemateca, que flutuava entre o riso e o escárnio pela personagem documentada.
    

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