terça-feira, 19 de outubro de 2021

Impressão Minha: o cenário das publicações independentes no Brasil

 

Screenshot extraído do documentário Impressão Minha (2018)


  

Qual o papel do livro-objeto na atualidade?

Diante de uma crescente onda digital, a materialidade dos livros impressos ainda é relevante?

O livro de artista pode ser acessível a todas as pessoas?


Estas são algumas das questões tratadas ao longo dos 27 minutos que compõem o documentário Impressão Minha, realizado por Daniel Salaroli, Gabriela Leite e João Rabello. O documentário apresenta a crescente movimentação em torno das feiras de publicações independentes, auto publicações e livros de artista no Brasil.


O livro como objeto tátil e material, existe desde os primórdios da origem da escrita, porém nos últimos anos, fala-se muito do possível desaparecimento do livro impresso. Em contrapartida, alguns movimentos (re)surgem como propulsores para a circulação da matéria impressa no Brasil e no mundo.
Neste contexto, o livro de artista surge como um espaço para a experimentação gráfica, e se torna uma espécie de exposição em miniatura, que viaja e acessa mais lugares e pessoas.




Screenshot extraído do documentário Impressão Minha (2018)



Screenshot extraído do documentário Impressão Minha (2018)





O documentário apresenta nomes importantes do cenário das publicações independentes e da arte impressa no Brasil, como Bia Bittencourt, idealizadora da Feira Plana; Cecilia Arbolave, João Varella e Thiago Blumenthal, criadores da Banca Tatuí e da editora Lote 42; Beto Galvão, criador da gráfica de risografia Meli-Melo; Bebeu Abreu, da Bebel Books, Douglas Utescher, da Ugra Press, além dos artistas Kátia Fiera, DW Ribatski e Gilberto Tomé.

Antes da pandemia, as feiras de publicações independentes chegaram a movimentar mais de 40 mil pessoas apenas em São Paulo. A Feira Plana, idealizada por Bia Bittencourt em 2012, contou com 6 edições, que cresceram exponencialmente ao longo dos anos. A edição de 2017 da Plana reuniu aproximadamente 18 mil pessoas na Bienal de São Paulo, atraídas pela grande variedade de livros, fanzines, fotografias, livros de artista, colagens, dentre outros meios de expressão.

Feira Plana, 2017.
Screenshot extraído do documentário
Impressão Minha (2018)





As feiras abrem espaço para os artistas que o mercado editorial hegemônico não representa. Artistas subversivos e experimentais têm a chance de publicar seus livros. O contato direto com o público facilita a disseminação de seus trabalhos. Também surgem como redes autônomas, que permitem que os artistas e editores independentes tenham um espaço de troca, partilha e apoio. Nos últimos anos dezenas de novas feiras auto-gestionadas surgiram, desde o Norte ao Sul do país.



Mapa das Feiras de publicação independente no Brasil.
Screenshot extraído do documentário Impressão Minha (2018)





Impressão Minha é um registro breve da crescente cena das publicações independentes no Brasil, que nos incentiva a refletir sobre o poder da arte impressa, e sobre como utilizá-la como ferramenta para a manifestação artística e política.





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