Estarmos tão longe e tão perto…
A necessidade de enviar mensagens, informações e histórias,
vem desde sempre. Sentir que apesar de estarmos longe, podemos tornar tudo tão
perto, levou a uma evolução no mundo das cartas, das mensagens e da
comunicação. Fosse por questões oficiais, ou até mesmo questões de amor, sempre
existiu a necessidade de as escrever e enviar. As cartas fazem-nos viajar pelo tempo,
entre o passado, presente e futuro: através delas, uma boa parte da história
ficou registada até aos dias de hoje, como se estivessem sempre a serem enviada
para as gerações futuras.
Reformista Britânico,
Rowland Hill idealizou pela primeira vez o selo
postal, onde este não seria pago pelo remetente, mas sim pela pessoa que queria
enviar a carta. A sua ideia era colar nos
sobrescritos uma espécie de recibo que garantisse que o porte já estava pago e
que as mensagens seriam levadas ao destino. Foi o próprio Rowland Hill quem
desenhou o primeiro selo do mundo: o Penny Black. Impresso a negro e com o
valor de um péni começou a circular no dia 1 de maio de. Este método na
reforma da correspondência teve de tal modo sucesso que foi adotado por vários países
na Europa.
De um objeto meramente funcional, a
obra de arte admirada por muitos, reinventou-se de modo a permanecer continuamente
como parte da comunicação física humana e parte da cultura comunicativa de um
país. O selo postal, do ponto de vista do design é um objeto perfeitamente
projetado, não só no seu contexto funcional, mas também devido á sua escala excecionalmente
pequena e aos seus componentes, como texto, imagem, serrilha e papel.
Depois da grande guerra os países
aperceberam-se das possibilidades do selo como difusor de história e de ideais,
pois este, chegava a vários sítios. Nesta altura os artistas começam a
introduzir novas composições gráficas que permitiam que estes fossem mais baratos.
Almada Negreiros, compõem m 1933, os Selos “Tudo pela Nação”, para a 1º Exposição
Colonial Portuguesa, com ótima expressão gráfica e de estética modernista.
Entre as décadas de 40 e 50 os
serviços filatélicos tornam os selos objeto de mensagem iconográfica, onde
podemos destacar artistas como, Almada Negreiros, Jaime Martins Barata, Cândido
Costa Pinto e João Abel Manta.
Podemos dizer que ao olharmos para os
selos postais, acompanhamos uma evolução histórica e gráfica, daquilo que foi
inventado apenas como prova de pagamento e que se tornou num elemento de design
de comunicação, que dava a conhecer cidades e países, reis e rainhas, presidentes
e escritores. O selo era também, de uma forma mais informal uma mostra de sentimentos
daquilo que viria no interior da carta, que viajava, informava e transmitia.
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