quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

La lettera rubata come storia probabile (Poe - Lacan)





Terceira e última parte com o famoso C. Auguste Dupin e suas investigações. Depois de ler o estranho e sangrento caso de The Crimes of La Rue Morgue e o The Mystery of Marie Roget, Poe nos apresenta neste último episódio policial menos sangrento, sem derramamento de sangue, o roubo de uma carta.


Uma das histórias mais agradáveis ​​para ler, suave, clara, um policial que qualquer leitor poderia 
resolver, se ele tivesse uma mente aberta e claro como o grande  personagem inventado pelo Poe.
 
Com um senso de humor sutil, Poe nos apresenta um mistério "político", que não só  contém as 
investigações habituais e a solução do mistério, precedida por uma série  de argumentos tão 
amados por Dupin, mas também uma brincadeira final, para fechar uma história que teria sido de 
outra maneira incompleta.
 

É interessante notar como o conto policial foi construído. 
 
Não há ação, porém o histórico não é estático. As ações são narradas, não por Poe  como contador 
de histórias, mas pelos próprios personagens. 
Toda a historia, pode-se  dizer, ocorre na biblioteca de Dupin, e ainda assim o leitor não está lá, 
mas no lugar onde as investigações foram conduzidas.
 
Nesta história, estamos conscientes da crescente semelhança entre a dupla (coppia) de 
Dupin/amigo de Dupin e Holmes/Watson's.
 
 
 
 
 

Vamos ver a historia em breve:

Em uma noite de outono, o narrador e Cavelier Dupin estão meditando na sua pequena biblioteca, quando recebem a visita inesperada do prefeito de Paris, Monsieur G, que conta a o Dupin o caso da carta roubada, um documento comprometente subtraido pelo Ministro D. dos apartamentos reais, com um hábil expediente e sob os olhos do destinatario impotente.

Apesar da pesquisa meticulosa e repetida, realizada na casa do ministro, a polícia não consegui recuperar a precisiosa carta. Dupin acolselha o senhor G. de voltar ao apartamento e pesquisar outra vez o apartamento, e pede uma descrição minuciosa e detalhada da carta.

Conhecemos a natureza do documento, e até mesmo quem e como foi cometido o crime.

O ponto saliente da hístoria torna-se quando foi devolvida a carta a um espantado Monsieur G. e a explicação de como o Dupin consegui recuperar-la.

A partir deste momento, percebemos como o Dupin é sempre o unico a manter o controlo da situação como leitor e escritor da hístoria da qual ele é o protagonista.

Dupin vai para a cena do crime (neste caso o apartamento do Ministro D.) e examina-o minuciosamente, usando um par de óculos com lentes veredes para camuflar as suas reais intenções.

Tendo identificado o documento colocado á vista na mesa do Ministro, organiza uma segunda visita, e aproveitando a distração do ladrão atraído pela confusão na rua por um cúmplice pago por Dupin, toma posse da carta substituindo-a por um documento falsificado por ele proprio, usando na pratica, a mesma técnica adotada no primeiro roubo.

Dupin consegue resolver o misterio, estudando o comportamento do Ministro, identificando-se com a sua maneira de pensar e demostrando que, sem essa passagem, nenhuma pesquisa pode ser frutífera. A falta de resolução da parte do prefeito G. é anunciada, poque ele não tem em conta as capacidades mentais do suspeito, mas baseia-se simplesmente nas tecnicas de investigação normalmente utilizadas, que só podem dar frutos em situações comuns.



Foi interessante notar como este conto faz pensar em muitas etapas das teorias do Lacan. 

Lacan reescreve «A carta roubada» em '56.
Lacan apresenta a leitura desta carta a partir de uma anedota, o mais precisamente do jogo de "par e impar" que, diz ele, uma metafora que prepara o terreno.

A trama da hístoria parece implicar que a melhor maneira de ocultar segredos é coloca-los onde todos possam vê-los. 
A carta roubada será reduzida em duas cenas fundamentais do Lacan:

1) a cena da carta roubada
2) a cena da carta retomada (cenas triangulares, 3 personagems). A cena da carta retomada é, outra vez, feita em duas fases.

A carta é o significante que toma posse do assunto, diz Lacan: regula a dança das personagens e monstra o poder do significante, as personagens caem no cone sombrio da carta e se tornam o reflexo da carta que circula no mutismo (silencio), tanto a rainha que o ministro não dizem nada, e entram em uma relação imaginaria muda.

A carta circula no mutismo e determina mudanças nas personagens além das caracteristicas psicologicas, deslocamentos, substituicões, camuflagens da carta (reescrita, reintestada e a recolocação de um novo selo) que não privam do seu poder, a carta se torna sinonimo de simbolo.
A carta determina as personagens, em frente a carta todos os sujeitos tornam-se cegos e mudos assim como é cego e mudo o sujeito em frente ao discurso do outro, as cartas dos quais cada um foi determinado com respeito a este é cego e mudo como as personagens em possesso da carta.

A circulação da carta em mutismo e cegueira, representa a Metafora do inconsciente, está aqui e é sempre em outro lugar a carta significante refere-se a ordem da linguagem, é a quastão da dependência do sujeito das determinações da linguagem, mesmo quando acredita dominar, o parlessere (o ser humano é um ser falado pela linguagem).


De acordo com as teorias do Lacan, «o inconsciente é estruturado como uma lunguagem», é mais do que "esconder", como costuma tender a pensar, "fala" dentro de uma estrutura que é, de fato, discursiva e, portanto, caracterizada por simbolizações e figuras retóricas (metáforas e metonimia) que pertecem á ordem da linguagem.







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