quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Tipografia

Antecedida pelo manuscrito e pela caligrafia, a tipografia com origem etimológica do grego ­­­— τύπος [týpos] = impressão e -γραφία [-graphía] = escrita, veio traçar um novo paradigma para sociedade ocidental da época, revolucionado por completo a maneira como se criava o livro para sempre. As primeiras evidências de impressão vão até ao segundo milénio A.C, nas cidades de Uruk e Larsa na Mesopotâmia. No entanto é durante a Dinastia Song na China, Século XI, que é inventado os tipos móveis por Bi Sheng (990-1051), nesta altura, manufaturados em cerâmica. Mas é durante a Dinastia Yuan que aparece os tipos móveis de madeira por Wang Zhen, o mesmo material que vem a ser usado nos tipos móveis por Johannes Gutenberg (1400-1468), na sua invenção, a prensa móvel (1439). Que veio a ser um veículo fundamental para a difusão das ideias do Humanismo, renascimento e do Protestantismo.
            Os tipos móveis de metal ainda que no ocidente seja dada a sua invenção a Gutenberg, no oriente, mais precisamente na Coreia, durante a Dinastia Goryeo. E em 1490 na China, Hua Sui introduz o tipo móvel de bronze. No ocidente, Gunterberg, com conhecimentos do ofício de ourives, introduziu o processo tipográfico, utilizando tipos móveis fundidos em chumbo. O processo de fabricação consistia na fabricação de punções — molde macho — que posteriormente seriam gravados em aço duro, resultando no final glifos de forma negativa.

“Estas matrizes eram integradas no fundidor manual – outra importante invenção de Gutenberg. A cavidade do fundidor era preenchida com uma liga, a 300°C. Esta liga de metais - chumbo e antimónio - tinha que esfriar célere, para possibilitar uma produção rápida. No estado frio e sólido tinha que ser dura, para que os tipos fundidos durassem várias impressões.” Paulo Heitlinger




Baskerville e Caslon


Trata-se de um tipo de letra desenhada por John Baskerville durante a década de 1750, e atualmente é classificada como um tipo de letra transicional serifada. Transicional ou Barroca, tornam-se populares durante o século XVIII e encontra-se entre o Old Style e as Modern Styles (Didones), pois a diferença entre os grossos e finos são muito mais pronunciados que nas Old Styles, portanto mais contraste, mas ainda assim menos dramáticas e contrastantes que nas Didones. Baskerville ainda que pouco experiente na fundição e impressão de tipos acabou por criar uma excelente família tipográfica, não conseguindo, no entanto, alcançar o seu objetivo de superar os typefaces de William Caslon, que detinha a mais importante fornecedora de tipos para a maioria dos impressores. As famílias tipográficas de Caslon, lançadas em 1734, eram inspiradas nos desenhos dos tipos holandeses — Old Styles, impondo o ideal de serem sempre funcionais e robustas. A sua reputação e “monopólio” no Reino Unido entre os impressores britânicos fez com que o país se retardasse na adoção das novas mudanças que vinham a acontecer no continente europeu.



Fig.1- Espécimen Typeface Baskerville.
Fig.2- Espécimen Typeface Caslon.

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