quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Quando a tipografia é um medium artístico






     Wasted Rita, nome artístico de Rita Gomes é uma artista que arrebata todos os clichés e que de forma provocadora e sarcástica usa e abusa da tipografia como elemento impactante e distintivo do seu trabalho. Desde que iniciou o seu percurso em 2011, a sua arte tem sido sempre pejada de críticas subversivas e o carácter que a move vai beber a um estilo punk, de rebeldia. A ironia é um ponto fulcral do qual a autora também se serve. Já o seu método baseia-se na ilustração mais minimalista e na tipografia cursiva, nas palavras riscadas propositadamente e sem interesse pelo rigor. No uso de tiradas sem vergonha que parecem saídas de um diário íntimo.

     Tudo começou quando Vhils apostou nela para integrar uma exposição na famigerada galeria Underdogs (ligada ao festival de artes Iminente). A partir daí a exposição que adquiriu valeu-lhe um estatuto de enfant terrible que não passou despercebido até a Banksy, reconhecido nome na arte urbana, que em 2015 convidou a artista para apresentar na mostra Dismaland em Inglaterra, o que lhe trouxe exposição a um público maior e a oportunidade de figurar junto de nomes grandes da arte actual, num total de 50 artistas.



     “Tenho diariamente o gosto de dar prioridade à honestidade mesmo que seja uma coisa que deixe as pessoas um bocado de pé atrás ou que as faça até ter um bocado de medo de mim.”
Wasted Rita in Público



     Wasted Rita tem sido presença habitual na galeria de arte Underdogs e depois da exposição As Happy As Sad Can Be, é possível visitar uma nova exposição desta vez intitulada And Now for Something Completely Different: a Show that Features at Least One Female Artistpatente até 16 de Novembro na mesma galeria. Nesta edição, e como não poderia deixar de ser, há uma crítica subversiva que se manifesta através das instalações que remetem para a fraca representação feminina no mundo da arte, para o mundo do entretenimento cada vez mais superficial e trashy, para a masculinidade tóxica, até a forma como o crescente "consumo consciente" pode contribuir para gentrificação e ganância neoliberal. O público é levado a interagir, sendo impelido a uma reflexão na influência destes temas na nossa vida diária.










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