segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A impressão chega na Europa


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Logo antes de lermos livros como os conhecemos hoje a Europa medieval produzia manuscritos iluminados. Livros feitos a mão por monges copistas e “diretores de arte” que eram responsáveis por solicitar e organizar as páginas com grandes embelezamentos e requintes. Os manuscritos eram de cunho religioso e reservados somente a aqueles com muito dinheiro.

Por volta de 1200 se iniciou um período de estabilidade financeira e política na europa, as universidades começaram a aparecer e os livros passaram a ser uma demanda crescente para os universitários e burgueses.

O papel inventado na China finalmente chega na europa e diversas formas de gravura também. Então em 1450, no Sacro Império Romano-Germânico, Johannes Gutenberg (inventor, gravador e gráfico) se torna o primeiro a mecanizar a produção de livros na europa por meio dos caracteres móveis de metal e a prensa.



A primeira reação da população a comercialização dos livros de Gutenberg foi de suspeita. Os franceses ao se depararem com um grande número de bíblias idênticas (algo nunca antes possível por meio da mão humana) acusaram o comerciante das bíblias de ter praticado bruxaria. Foi preciso renunciar a exclusividade do processo para desmistificar o sistema de impressão e com isso o conhecimento logo se espalhou pela europa.



Quando os manuscritos religiosos eram os únicos a terem espaço no mercado europeu, um livro poderia custar até o preço de uma fazenda. Então ao mecanizar e baratear os livros, novos géneros foram criados para agradar a população que até então não tinha acesso a leitura. E também foram criadas novas formas de consumir e disseminar informação como panfletos, propagandas e posters.

As novas impressões causaram desgosto pela parte de calígrafos e elites. Calígrafos pela europa entraram com petições em tribunas pela “competição injusta” e conservadores manteriam por um tempo a arte de produzir manuscritos declarando que caligrafia era superior a tipografia e que livros impressos não mereciam estar nas bibliotecas. Mas manuscritos, junto ao analfabetismo continuaram a cair.



O impacto foi inegável, a invenção de Gutenberg foi a primeira a mecanizar uma habilidade artesanal colocando em movimento um processo de 300 anos para a chegada da revolução industrial além de ser responsável por diversificar e massificar a leitura.

Referências: 
Meggs, P. B. and Purvis, A.W. (2016) History of Graphic Design. 6th ed. Hoboken, N.J.: John WIiley & Sons, Inc. 
Heller, S. and Vienne, V. (2014) 100 Ideas That Changed Graphic Design. London: Laurence King Publishing

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