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Logo antes de lermos livros como os conhecemos
hoje a Europa medieval produzia manuscritos iluminados. Livros feitos a mão por
monges copistas e “diretores de arte” que eram responsáveis por solicitar e
organizar as páginas com grandes embelezamentos e requintes. Os manuscritos
eram de cunho religioso e reservados somente a aqueles com muito dinheiro.
Por volta de 1200 se iniciou um período de
estabilidade financeira e política na europa, as universidades começaram a
aparecer e os livros passaram a ser uma demanda crescente para os
universitários e burgueses.
O papel inventado na China finalmente chega na
europa e diversas formas de gravura também. Então em 1450, no Sacro Império
Romano-Germânico, Johannes Gutenberg (inventor, gravador e gráfico) se torna o
primeiro a mecanizar a produção de livros na europa por meio dos caracteres
móveis de metal e a prensa.
A primeira reação da população a
comercialização dos livros de Gutenberg foi de suspeita. Os franceses ao se
depararem com um grande número de bíblias idênticas (algo nunca antes possível
por meio da mão humana) acusaram o comerciante das bíblias de ter praticado
bruxaria. Foi preciso renunciar a exclusividade do processo para desmistificar o
sistema de impressão e com isso o conhecimento logo se espalhou pela europa.
Quando os manuscritos religiosos eram os
únicos a terem espaço no mercado europeu, um livro poderia custar até o preço
de uma fazenda. Então ao mecanizar e baratear os livros, novos géneros foram criados
para agradar a população que até então não tinha acesso a leitura. E também
foram criadas novas formas de consumir e disseminar informação como panfletos,
propagandas e posters.
As novas impressões causaram desgosto pela
parte de calígrafos e elites. Calígrafos pela europa entraram com petições em
tribunas pela “competição injusta” e conservadores manteriam por um tempo a
arte de produzir manuscritos declarando que caligrafia era superior a
tipografia e que livros impressos não mereciam estar nas bibliotecas. Mas
manuscritos, junto ao analfabetismo continuaram a cair.
O impacto foi inegável, a invenção de
Gutenberg foi a primeira a mecanizar uma habilidade artesanal colocando em
movimento um processo de 300 anos para a chegada da revolução industrial além
de ser responsável por diversificar e massificar a leitura.
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