Durante muito tempo o foco da tipografia estava apenas assente na sua leitura e legibilidade. A fonte era funcional ou não, com base nos seus aspetos formais, mais precisamente, aquilo que distinguia as letras entre si. Assim, as fontes queriam-se "transparentes", de modo a evitar a distração do leitor. Com o passar do tempo e a evolução das tecnologias, a tipografia começou a ganhar uma força maior, emancipando-se e servindo um propósito além da funcionalidade com que tinha sido inicialmente pensada. As letras deixam de ser estudadas apenas como base linguística, para passar a transportar um sentido próprio e independente: 'a means of communication in its own right' (Dimovski, apud Leeuwn, 2006, p.139-155).
Aos poucos, é reconhecida na letra a capacidade de provocar no leitor diferentes respostas cognitivas e/ou emocionais - propriedades semânticas. À parte disso, é valorizado o carácter plástico da tipografia, o seu sentido estético e visual. Começa a perceber-se como o desenho e a forma da letra poderiam traduzir um aspeto mais elegante ou infantil, formal ou divertido, conforme a mensagem. A aposta na cor, na tridimensionalidade, textura e até movimento associado à tipografia, traz à representação visual da mensagem todo um conjunto de oportunidades e de variáveis, sem precedentes. Ainda mais com a letra em movimento, que resulta do fenómeno cultural de 'pictorialization, informalization, emotivization and dynamicization' (Dimovski, apud Leeuwen et Djonov, 2015, p.244-253) de um sistema que, outrora, fora eminentemente estático.
Dentro do cinema podemos também notar uma evolução quanto à forma como a tipografia foi sendo usada. Nos primórdios do cinema usada maioritariamente nos créditos ou genérico, seria, inevitavelmente, a primeira impressão que o público teria do filme (Gross, 2017).
Aos poucos, é reconhecida na letra a capacidade de provocar no leitor diferentes respostas cognitivas e/ou emocionais - propriedades semânticas. À parte disso, é valorizado o carácter plástico da tipografia, o seu sentido estético e visual. Começa a perceber-se como o desenho e a forma da letra poderiam traduzir um aspeto mais elegante ou infantil, formal ou divertido, conforme a mensagem. A aposta na cor, na tridimensionalidade, textura e até movimento associado à tipografia, traz à representação visual da mensagem todo um conjunto de oportunidades e de variáveis, sem precedentes. Ainda mais com a letra em movimento, que resulta do fenómeno cultural de 'pictorialization, informalization, emotivization and dynamicization' (Dimovski, apud Leeuwen et Djonov, 2015, p.244-253) de um sistema que, outrora, fora eminentemente estático.
Dentro do cinema podemos também notar uma evolução quanto à forma como a tipografia foi sendo usada. Nos primórdios do cinema usada maioritariamente nos créditos ou genérico, seria, inevitavelmente, a primeira impressão que o público teria do filme (Gross, 2017).
No período do cinema mudo, a sua função, além de dar a conhecer os intervenientes no filme, servia para dirigir a audiência, no modo de comportar e no auxílio da perceção do filme. Noutros casos, a letra era usada com o sentido de dar a conhecer o estilo, direção e atmosfera do filme. Funciona como representação visual do próprio género fílmico.
Aos poucos, o genérico e os créditos passam a servir de passadeira dos estilos em voga na época, ao mesmo tempo que a letra passa a ser assumida como parte integrante do filme e serve para complementar a própria narrativa:
Isle of Dogs 2018, Wes Anderson |
Love 2015, Gaspar Noé |
Além de poder ser acompanhada com imagens, e complementar o sentido das mesmas ou, pelo contrário, servir de paradoxo (por exemplo um filme de terror com uma fonte muito desenhada, feminina e com serifas), serviu ainda como elemento gráfico basilar e exclusivo de genéricos como em Enter The Void de Gaspar Noé.
O que também poderá ser interessante notar, é o facto de uma fonte poder começar a ser associada a um realizador específico ou um tipo de filme, pela sua utilização recorrente em todas as obras. Como é o caso da Futura tão bem apropriada por Noé, Wes Anderson ou a Windsor, por Woody Allen.
Referências
1. Dimovski, V. (2017) Creative Approach to Visual Learning: The Use of Filmmaking Techniques And The Rhetoric Of Typography. Opus et Educatio. [Internet] Disponível em: <http://opuseteducatio.hu/index.php/opusHU/article/view/193/283> [Consult 21 Outubro 2019]
2. Gross, R. (s.d.) The Graphic Art Of Film Title Design Throughout Cinema History. Canva. Disponível em <https://www.canva.com/learn/film-titles/> Consult 21 Outubro 2019]
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