Leigh Ledare nasceu e cresceu em
Seattle, Washington. Vive e trabalha em Nova Iorque. É um artista do pós-guerra
e contemporâneo que através do seu trabalho levanta questões sobre a intimidade
e o consentimento, transformando o espectador no voyeur de episódios privados que
lidam com tabus sociais.
Ledare utiliza a fotografia, o
arquivo, a linguagem e o filme para explorar noções de subjetividade numa
dimensão performativa. O seu trabalho é profundamente orientado por princípios psicológicos,
principalmente a dinâmica de grupo, colocando em desconforto as realidades das construções
sociais e os pressupostos objetivos que as rodeiam. É sobre como somos todos,
mesmo como simples espectadores, simultaneamente sujeitos e objetos, colocados
em teias de projeção, transferência e efeito. Ele trabalha tanto dentro da
teoria fotográfica como na prática, mas sem que o seu trabalho se torne esotérico
ou didático, como faz hoje em dia, tanto projetos fotográficos conceptuais e contemporâneos.
O seu trabalho tem sido objeto de
grandes exposições a nível internacional, mais recentemente no Museum of the
Arts Institute of Chicago, em Chicago; Manifesta 11, em Zurique; Kunsthal
Charlottenborg, em Copenhaga; WIELS, em Bruxelas e The Garage Center for
Contemporary Culture, em Moscovo, entre outros.
Num dos seus projetos, ele procura
intervir no interior de uma coleção das revistas LIFE entre os anos de 1968 -
1972. A Modest Exchange (1968-1972 / 2011) é a adição de uma sobreposição
geométrica a preto e branco que funciona como uma extensa estrutura abstrata
que liga opticamente todas as partes do projeto completo, ao mesmo tempo que se
introduz o conteúdo e layout inicial das revistas. Tanto no trabalho completo
como em cada uma das 60 edições, o conteúdo inicial de cada revista expõe uma
historia social e um passado cultural fundacional para o nosso contemporâneo.
Os retângulos a preto e branco atuam como suportes para projetar, ocular,
apontar e reordenar, através da disposição em jogo de figura e solo, pintura e
suporte, passado e presente, e espelhando a troca perpetuamente redundante da
imagem antiga por uma nova.
A revista pintada, mutilada e redistribuída
como objeto de arte funciona meramente como fetiche, relacionando-nos metonimicamente
a sistemas maiores de produção, desejo, consumo e troca, e à sua historicidade.
Referências:
https://www.artnews.com/art-in-america/features/leigh-ledare-63320/
https://artreview.com/summer-2014-review-leigh-ledare/
https://officebaroque.com/leigh-ledare-1
https://www.mutualart.com/Artist/Leigh-Ledare/862A748C49821218/Biography
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