terça-feira, 30 de novembro de 2021

 “Uma fotografia é um instante de vida capturado para a eternidade”

O cérebro humano é uma máquina, com a incrível capacidade de armazenar diversas memórias. No entanto é limitado e por esse motivo nem tudo pode ficar arquivado.

Lembro-me em pequena, da minha mãe transportar consigo uma máquina fotográfica de rolo, ao pescoço, para qualquer lugar que fôssemos. Ela tinha alguma necessidade em registar os momentos. Poucas foram as vezes que pressionei o botão para capturar algo, mas muitas são aquelas em que apareço na captura. Desde então que sempre tive a curiosidade de recorrer à visualização dessas fotografias, que relatam essencialmente, a minha infância e a da minha irmã. Na verdade, creio que talvez tenha herdado esse encanto pela fotografia e a constante necessidade de registar os momentos graças à minha mãe. E também creio que parte da minha memória de infância é derivada das inúmeras vezes a observar os álbuns.

Antes da existência da fotografia, os momentos eram captados através de pinturas rupestres e mais tarde através de pinturas realistas de grandes pintores. Através da popularização das máquinas fotográficas, as fotografias passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. A origem e o desenvolvimento da fotografia proporcionaram-nos a descoberta da nossa própria identidade. É através da fotografia que captamos momentos únicos, que jamais se repetirão. Aliás, o principal objetivo da fotografia, é tornar momentos únicos em algo eterno. É ela que testemunha o que realmente ocorreu naquele instante. A fotografia vai muito além de umas meras recordações. Ela é responsável por desvendar a nossa história, a nossa identidade, a nossa evolução, as nossas grandes conquistas, os lugares que visitámos e as pessoas que conhecemos. Ela não pode de forma nenhuma ser vista apenas como uma simples fotografia. Ela tem que receber o enorme valor que representa nas nossas vidas, pois é ela que nos dá provas daquilo que mudou ou não e daquilo em que nos transformámos.

É bastante importante conservar aquilo que já vivemos, pois a fotografia é capaz de despertar diversas emoções ao reviver uma memória antiga. Temos assim, a possibilidade de reproduzir esses episódios, nas nossas mentes, acrescentando ainda alguns pormenores não capturados mas que nos recordamos ao reviver essa imagem. Também é possível observarmos as nossas fotos de infância e não termos memória suficiente para recordar aquele momento que vivenciámos. Nessas alturas, a mente é capaz de produzir uma história e é aí que começamos a imaginar e a relacionar com memórias de que nos recordamos. Acaba por ser como uma espécie de um puzzle, em que vamos encaixando as peças até o completar. Neste caso o puzzle é a narrativa da nossa vida. 

No entanto, para nos podermos lembrar de algo que aconteceu ou de alguém, precisamos de ser estimulados a isso. O estímulo visual, através de imagens, para que nos possamos recordar de tudo com mais facilidade é essencial para a nossa memória.


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