quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Joan Brossa

Joan Brossa, que nasceu em Barcelona no dia 19 de Janeiro de 1919 na rua Wagner e mais tarde ficaria feliz com a coincidência de ter nascido na rua nomeada a partir do seu compositor preferido, foi poeta, dramaturgo, performer, artista plástico e designer gráfico. Integrou o movimento de resistência à ditadura e à censura de Franco que teve grande influência nas ideias anarquistas e socialistas do período que antecedeu o franquismo. Durante a guerra civil espanhola foi destacado para servir no exército, e foi um episódio desse improvável serviço militar que estimulou Brossa a escrever o seu primeiro texto, publicado em Junho de 1938.


Na década de 40 recomeçou a escrever e não parou até ao ano da sua morte (1998), escreveu mais de 80 livros, centenas de sonetos formalmente perfeitos e milhares de poemas, sempre em catalão — mesmo durante a proibição da língua na ditadura espanhola — e em 1951 concretiza o primeiro poema com objectos. O artista explicou que a passagem da prosa para a poesia, seguida da poesia visual e do uso de objectos, foi um processo de recolha e interpretação de elementos do quotidiano, e metaforizando a poesia com a electricidade afirmando a ubiquidade de ambas.

O artista descobre e explora o significado do significante. O gesto brossiano, além de transgredir as convenções artísticas, obriga-nos a repensar não apenas os hábitos de comunicação, mas também os hábitos mentais ao revelar o número de caminhos, predisposições e expectativas com que trabalhamos. Focamos a realidade em sistemas simbólicos e confundimo-la, por vezes, com algumas convenções que consideramos natureza.











Dau al Set

 

Brossa foi um vanguardista, esteve sempre em movimento, em constante experimentação. Juntamente com Arnau Puig, Joan Ponç, Antoni Tàpies, Modest Cuixart e Joan-Josep Tharrats fundou o colectivo artístico Dau al Set em Setembro de 1948 como resposta à paragem abrupta dos movimentos contracultura em Espanha durante a ditadura. Em 1949 começam a imprimir a publicação homónima ao colectivo na prensa de Tharrats: escrevem quase totalmente em catalão (proibido à data), a tiragem rondava os 100 ou 200 exemplares e continha 4 a 12 páginas nunca encadernadas. O estilo gráfico da publicação, que começou por ser uma ramificação do surrealismo, depressa se destacou e ganhou um forte e particular carácter onde o uso de elementos mágicos era uma constante ponte para o esoterismo da exploração interior. Distribuem-na regularmente a um nicho barcelonês durante dois anos. Em 1952 o grupo começa a dissolver-se e a publicação final sai em 1956. 


 


Dau al Set significa "a sétima face dos dados" em catalão. 








 

FONTES

Balaguer, E. (s.d.). Els ready mades (de Marcel Duchamp a Joan Brossa): el significat del significant. Obtido de UOC: https://www.uoc.edu/jocs/brossa/articles/balaguer_imp.html

Poet. (s.d.). Obtido de Fundacio Joan Brossa: http://www.fundaciojoanbrossa.cat/standard.php?idmenu=3

Terça-Nada!, M. (s.d.). Joan Brossa: pequeno panorama sobre sua vida e obra. Obtido de Marcelo Terça-Nada!: https://marcelonada.redezero.org/artigos/joan-brossa.html

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