quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Carlos Alberto Santos, o ilustrador de cromos


Carlos Alberto Ferreira dos Santos, pintor e ilustrador português, nasceu a 18 de julho de 1933 em Lisboa. 
Começou a trabalhar com apenas 12 anos como moço de recados na gráfica Bertrand & Irmãos, onde também trabalhava o seu pai (tipógrafo) e onde também tinha sido funcionário na fotogravura o ilustrador José David. Foi, em junho de 1947, no ateliê de publicidade de José David que Carlos Alberto começou a trabalhar como ilustrador. Aos 15 anos publicou a sua primeira ilustração no n.º 11 do jornal Camarada: O melhor jornal para rapazes, de 30 de abril de 1948. 

Foi aos 16 anos que se estreou nas histórias aos quadradinhos, no número inaugural de O Mundo de Aventuras, de 18 de agosto de 1949, da Agência Portuguesa de Revistas (APR), com a aventurosa História Maravilhosa de João dos Mares. As suas ilustrações vinham assinadas por «D», porque terem sido realizadas enquanto Carlos Alberto ainda trabalhava no estúdio de José David. Foi em 1950 que iniciou para a APR, a sua primeira coleção de cromos, História de Portugal, sendo finalmente editada no final de 1953 e posta à venda em Outubro desse mesmo ano. Os cromos foram desenhados a tinta-da-china posteriormente reproduzidos a azul no tamanho final e finalmente coloridos nessas provas. A coleção original incluiu 203 cromos e tornou-se um sucesso nacional, tendo sido oficialmente reeditada 16 vezes até 1973.

Para além da sua primeira caderneta de cromos, História de Portugal, produziu para a APR ainda outras cinco: Trajos Típicos de Todo o Mundo (206 cromos, 1958), História de Lisboa (145 cromos, 1960), Camões (124 cromos, 1966), Romeu e Julieta (166 cromos, 1969) e Pedro Álvares Cabral (172 cromos, 1972).

Ao longo da sua extensa atividade, colaborou com várias editoras nacionais (ex. Portugal Press) e estrangeiras (ex. Editorial Bruguera, de Barcelona) contribuindo com numerosas capas e ilustrações e assinando muitos dos seus trabalhos apenas como Carlos Alberto tendo utilizado também, em 1970 nas suas ilustrações no Jornal do Cuto da Portugal Press, o pseudónimo «M. Gustavo» face ao seu gosto pela música de Gustav Mahler e porque ainda se encontrava veiculado à APR e estava impedido de assinar com o seu verdadeiro nome.

Carlos Alberto exerceu uma intensa atividade como ilustrador de livros, tanto para editoras como para autores, mas também como pintor, realizando a sua primeira exposição individual de óleos sobre temas históricos em 1970, na Sociedade Nacional de Belas Artes a que se seguiram muitas outras mostras e prémios relativos à sua atividade.

Referência bibliográfica
60 anos da História de Portugal em cromos. João Manuel Mimoso; Leonardo de Sá. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2013.

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