quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Cisne Negro (2010)


Nina Sayers (interpretada por Natalie Portman) trabalhou arduamente durante anos numa companhia de ballet em Nova York, sempre dando o seu melhor. A companhia estava a perder o interesse do público e o director Thomas Leroy (Vicent Cassel) toma a decisão de fazer uma nova versão do clássico Lago dos Cisnes. Com a reforma da dançarina principal, Nina é rapidamente escolhida para estrelar como Rainha dos Cisnes. No entanto, nova competição, Lily (Mila Kunis) chega à companhia e o desejo exigente por perfeição de Thomas e da sua mãe controladora Erica (Barbara Hershey) cresce, fazendo com que Nina começe uma jornada num território escuro e inexplorado da sua vida.


Cisne Negro é uma experiência fascinante do início ao fim. Aronofsky usou o que aprendeu com seus filmes passados de temáticas perturbadoras e criou uma obra de arte em que o espectador simplesmente não consegue tirar os olhos da tela. O filme flutua entre ser emotivo e ao mesmo tempo arrepiante. Embora os elementos de horror começem a assumir mais proeminência na segunda parte (especialmente com os elementos gore do corpo de Nina), o filme nunca deixa umas das partes destacar-se em relação à outra, conseguindo manter o balanço entre a sensação de desconforto e escuridão durante todo o filme.

Os visuais e a edição são o impulso que ajuda a tornar o filme tão fantástico. O contraste entre brancos e pretos frequentemente dão pistas óbvias do bem e do mal, da inocência e da escuridão (cisne branco e cisne negro). No entanto Aronofsky gosta de sugestões ambíguas, mudando as cores de acordo com cada personagem, dependendo da cena e do momento. Adiciona também momentos de reflexão atráves de espelhos, onde podemo-nos colocar no lugar de Nina, sempre questionando o que nos é mostrado e o que irá acontecer.


Portman encorpora de maneira intensa e bela o papel de Nina. No momento inicial o espectador vê a personagem inocente e sexualmente reprimida que faz de tudo para agradar a sua mãe mas ao longo do filme percebemos que ela está cada vez mais perto da independência e da vida adulta.

O resto do elenco só ajuda a complementar o desempenho extraordinário de Portman. Mila Kunis oferece um nível de profundidade fantástico, controlando a tela com cada nova cena. Se alguém esteve quase perto de igualar a performance de Portman, seria Winona Ryder. Apesar de aparecer apenas por alguns minutos, demonstra um incrivel desempenho em seu papel como a antiga bailarina principal Beth. 


Cisne Negro é um filme fantástico, do início ao ao fim, e dificilmente sairá da memoria de quem o vir.

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