quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O Design no Selo Postal

 

Estarmos tão longe e tão perto…

A necessidade de enviar mensagens, informações e histórias, vem desde sempre. Sentir que apesar de estarmos longe, podemos tornar tudo tão perto, levou a uma evolução no mundo das cartas, das mensagens e da comunicação. Fosse por questões oficiais, ou até mesmo questões de amor, sempre existiu a necessidade de as escrever e enviar. As cartas fazem-nos viajar pelo tempo, entre o passado, presente e futuro: através delas, uma boa parte da história ficou registada até aos dias de hoje, como se estivessem sempre a serem enviada para as gerações futuras.

Reformista Britânico, Rowland Hill idealizou pela primeira vez o selo postal, onde este não seria pago pelo remetente, mas sim pela pessoa que queria enviar a carta. A sua ideia era colar nos sobrescritos uma espécie de recibo que garantisse que o porte já estava pago e que as mensagens seriam levadas ao destino. Foi o próprio Rowland Hill quem desenhou o primeiro selo do mundo: o Penny Black. Impresso a negro e com o valor de um péni começou a circular no dia 1 de maio de. Este método na reforma da correspondência teve de tal modo sucesso que foi adotado por vários países na Europa.

De um objeto meramente funcional, a obra de arte admirada por muitos, reinventou-se de modo a permanecer continuamente como parte da comunicação física humana e parte da cultura comunicativa de um país. O selo postal, do ponto de vista do design é um objeto perfeitamente projetado, não só no seu contexto funcional, mas também devido á sua escala excecionalmente pequena e aos seus componentes, como texto, imagem, serrilha e papel.

Depois da grande guerra os países aperceberam-se das possibilidades do selo como difusor de história e de ideais, pois este, chegava a vários sítios. Nesta altura os artistas começam a introduzir novas composições gráficas que permitiam que estes fossem mais baratos. Almada Negreiros, compõem m 1933, os Selos “Tudo pela Nação”, para a 1º Exposição Colonial Portuguesa, com ótima expressão gráfica e de estética modernista.

Entre as décadas de 40 e 50 os serviços filatélicos tornam os selos objeto de mensagem iconográfica, onde podemos destacar artistas como, Almada Negreiros, Jaime Martins Barata, Cândido Costa Pinto e João Abel Manta.

Podemos dizer que ao olharmos para os selos postais, acompanhamos uma evolução histórica e gráfica, daquilo que foi inventado apenas como prova de pagamento e que se tornou num elemento de design de comunicação, que dava a conhecer cidades e países, reis e rainhas, presidentes e escritores. O selo era também, de uma forma mais informal uma mostra de sentimentos daquilo que viria no interior da carta, que viajava, informava e transmitia.

 

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