segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

ESCHER no Museu de Arte Popular




Pelos olhos de Maurits Cornelis Escher podemos ver o mundo sob outras perspectivas, com seus esboços enigmáticos e projetos paradoxais.
A primeira grande exposição dedicada ao artista gráfico holandês está presente em Lisboa no Museu de Arte Popular.
Visitar essa exposição será mais do que ter a oportunidade de ver mais de 160 obras originais desse artista. Mas será um grande oportunidade, quase única, de conhecer uma arte de uma forma interativa, e que sempre foi presente e é muito popular na vida contemporânea. Irá se surpreender e ver o quanto a arte de Escher está presente na nossa sociedade. Capas de vinis de bandas célebres, presença no cinema (tem uma área da exposição que passam cenas de filmes onde os diretores usaram a concepção de Escher), e até presente em cartazes publicitários.



A exposição foi montada de uma forma que não somente podemos apreciar as obras de Escher, mas experimentá-las, sentir e refletir sobre os conceitos que ele produziu. Vários dispositivos e espaços na exposição permite aos visitantes fazerem experiências a partir dos conceitos e das obras que Escher desenvolvia nas suas pesquisas matemáticas. A obra desse artista holândes é explorada profundamente ao longo dessa exposição.
Visitar essa coletânea é mais que admirar uma arte diferenciada, mas ver e experimentar o trabalho científico que Escher fez. Toda sua obra é reconhecida pela comunidade científica internacional.
Suas obras são interessantíssimas aulas de geometria, e a forma como ele trabalhou com o infinito, e a incrível precisão nos detalhes nos seus desenhos, faz com que nós viajemos junto dele nas suas pesquisas e descobertas. Tudo faz parecer uma grande fantasia, mas quando nos aprofundamos nos seus conceitos vemos o quanto sua arte se sustentava na ciência, na lógica, num trabalho profundo de pesquisas científicas.
A visita a essa exposição é quase uma aula. É muito mais que apreciar uma arte incomum, na verdade única. É uma inter-relação entre a ciência e a arte.


É bem verdade também que seu conhecimento e todo seu trabalho na matemática era intuitivo e visual. Mas inspirou diversos profissionais de outras áreas, como arquitetos, designers, outros artistas e até músicos.
Ele mesmo não se considerava um artista. E isso comprova ainda mais o quanto a sua obra refletiam os seus conceitos paradoxais.


A forma que a exposição foi montada também é interessante e nos faz envolver no universo de Escher, a começar por parecer que estamos num labirinto.  Andamos por corredores onde nos apresentam conhecer tudo que ele produziu, como também interagirmos com a sua obra. A iluminação adotada pelos curadores das exposição também cria um ambiente que remete um pouco a geometria de Escher. As luzes ao iluminar os desenhos e gravuras refletem-se no chão e criam uma geometria de luz e sombra por entre os corredores. E isso não pareceu que foi acidental.

Visite essa exposição como um aluno, como alguém que nada sabe, vá livre de conceitos e definições. Permita-se viajar por esse universo. Descubra a arte pela geometria e a matemática. E se permita ver outras formas de se perceber o mundo. Tudo dependerá da perspectiva que você se colocará.

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