Pelos olhos de Maurits Cornelis Escher podemos ver o
mundo sob outras perspectivas, com seus esboços enigmáticos e projetos
paradoxais.
A primeira grande exposição dedicada ao artista gráfico
holandês está presente em Lisboa no Museu de Arte Popular.
Visitar essa exposição será mais do que ter a
oportunidade de ver mais de 160 obras originais desse artista. Mas será um grande
oportunidade, quase única, de conhecer uma arte de uma forma interativa, e que
sempre foi presente e é muito popular na vida contemporânea. Irá se surpreender
e ver o quanto a arte de Escher está presente na nossa sociedade. Capas de
vinis de bandas célebres, presença no cinema (tem uma área da exposição que
passam cenas de filmes onde os diretores usaram a concepção de Escher), e até
presente em cartazes publicitários.
A exposição foi montada de uma forma que não somente
podemos apreciar as obras de Escher, mas experimentá-las, sentir e refletir
sobre os conceitos que ele produziu. Vários dispositivos e espaços na exposição
permite aos visitantes fazerem experiências a partir dos conceitos e das obras que
Escher desenvolvia nas suas pesquisas matemáticas. A obra desse artista
holândes é explorada profundamente ao longo dessa exposição.
Visitar essa coletânea é mais que admirar uma arte
diferenciada, mas ver e experimentar o trabalho científico que Escher fez. Toda
sua obra é reconhecida pela comunidade científica internacional.
Suas obras são interessantíssimas aulas de geometria,
e a forma como ele trabalhou com o infinito, e a incrível precisão nos detalhes
nos seus desenhos, faz com que nós viajemos junto dele nas suas pesquisas e
descobertas. Tudo faz parecer uma grande fantasia, mas quando nos aprofundamos
nos seus conceitos vemos o quanto sua arte se sustentava na ciência, na lógica,
num trabalho profundo de pesquisas científicas.
A visita a essa exposição é quase uma aula. É muito
mais que apreciar uma arte incomum, na verdade única. É uma inter-relação entre
a ciência e a arte.
É bem verdade também que seu conhecimento e todo seu
trabalho na matemática era intuitivo e visual. Mas inspirou diversos
profissionais de outras áreas, como arquitetos, designers, outros artistas e
até músicos.
Ele mesmo não se considerava um artista. E isso
comprova ainda mais o quanto a sua obra refletiam os seus conceitos paradoxais.
Visite essa exposição como um aluno, como alguém que
nada sabe, vá livre de conceitos e definições. Permita-se viajar por esse
universo. Descubra a arte pela geometria e a matemática. E se permita ver
outras formas de se perceber o mundo. Tudo dependerá da perspectiva que você se
colocará.
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