quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Lourdes Castro

 Lourdes Castro, nasceu no Funchal a 9 de dezembro 1930, e é reconhecida como uma das grandes artistas plásticas portuguesas.


Lourdes Castro, na Madeira

“Não corro para mostrar às galerias. Nunca corri. Mostro assim a um ou outro que vem cá e depois guardo. Não estou à espera de nada”


    Frequentou a escola alemã dessa ilha até esta encerrar devido a 2ª Guerra Mundial, ficando mais três anos na Madeira até se mudar para Lisboa. A artista frequentou o curso de pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, não dando como concluído por “expulsão” em 1956, devido  à “não conformidade com o cânone académico que dominava o sistema de ensino de então". 

    A artista disse na sua entrevista ao expresso: “Já não podia mais com aquilo. Se a gente não pintava corzinha de pele, meio rosa… O mestre de Pintura não aceitava. Pintei a pele dos nus de verde e de azul. Como pintava em casa, comecei a pintar à minha maneira. Já fazia outras coisas. Isto era no Curso Superior de Belas Artes, que não acabei. Porque era preciso fazer seis modelos nus, seis naturezas mortas e mais não sei o quê… Era tudo às meias-dúzias.”

    Viveu um ano em Munique e pouco tempo depois partiu para Paris com o seu marido René Bertholo. Juntos fundaram, em 1958, a revista KWY, de uma forma espontânea no seu apartamento. Esta seria concebida como meio de comunicação e de partilha de ideias e conteúdos, utilizando a serigrafia como impressão. Chegaram a ser criadas doze revistas com ajuda e colaboração de amigos.


Lote de diversos convites e postais do grupo KWY


    Em meados da década de 60, as suas obras com as sombras projetadas seguiram de diversas formas, começando pela pintura e desenho, as serigrafias, o video acrílico, os lençóis bordados e até performances.


Sombra projetada, 1965
Sombras horizontais e verticais, 1979




Sombra projetada, 1964



    Completando quase dois anos desde o seu falecimento, a 8 de janeiro de 2022, termino relembrando uma pergunta que foi feita na última entrevista que Lourdes deu ao Expresso em 2019, quando o jornalista afirmou “A Lourdes gosta muito de dizer que não faz arte.”, ao que a artista lhe respondeu: “Nem faço arte nem deixo de fazer. Sim, chamem-lhe arte. Com os nomes não me estorvo. Podem dizer que é arte e que sou artista, não me abala. Diz-se “arte” para as pessoas saberem. Assim como temos um nome, para nos chamarem. Pois, tem de se dizer que é arte e que não é arte.”



Sites Consultados:


https://expresso.pt/cultura/2022-01-08-o-que-somos-nos-senao-um-agregado-de-mil-coisas--a-ultima-entrevista-de-lourdes-castro-ao-expresso-em-2019


https://cham.fcsh.unl.pt/actividades-detalhe.php?p=932


https://cham.fcsh.unl.pt/actividades-detalhe.php?p=932


https://gulbenkian.pt/historia-das-exposicoes/exhibitions/1003/













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