segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Artista portuguesa Helena Almeida é destaque no Museu de Serralves, no Porto
Obras selecionadas da 31ª Bienal de São Paulo também estão em exposição



A minha obra é meu corpo, o meu corpo é a minha obra
Museu de Serralves  (Rua D. João de Castro, 210, Porto)
Até 10 de janeiro/ 2016
Terça-sexta 10h/ 18h
Sáb., Domingo e feriados 10h/ 19h
Mais informações/ valores ingresso: http://www.serralves.pt




Uma das mais influentes artistas plásticas de Portugal é um dos destaques no espaço expositivo do Porto que merece atenção, literalmente. Se quiser conhecer uma das figuras chaves da arte no país, as salas dedicadas às obras de Helena Almeida (Lisboa, 1934) trazem um panorama do seu percurso artístico.
Com curadoria de Marta Moreira de Almeida e João Ribas, a exposição traz obras que vão desde os anos sessenta e figuram entre pinturas de telas abstratas do começo da carreira, desenhos, esboços, fotografias até uma vídeo-instalação, um de seus mais recentes trabalhos e que nos dá mostra de sua vitalidade. Ao mesmo tempo, a coerência de uma artista que optou em não parar é perceptível. E instigante.




                                                                                                                                      Fotos: Fábio Miceli
   (Telas abstratas: Sem título 1968/ Sem título 1969/ Sem título 1968)



    (Visitantes em uma das salas dedicadas à artista Helena Almeida)




Chama a atenção o seu pensamento revigorante que, no conjunto da mostra, conseguimos perceber sua ligação latente com a obra. No caso de Helena Almeida a relação que exerce com sua linguagem vai além do habitual processo de construção e assinatura das obras. Ela é mais potente: A minha obra é meu corpo, o meu corpo é a minha obra.





                             (Tela Habitada 1976/77, Fotografia p/b)



                                               
O nome da exposição é tão insinuante ao expectador que mesmo quem não está habituado aos ambientes conceituados de museus e galerias vai conseguir o diálogo proposto pela artista. Porque é também a esse observador interessado que a arte, de um modo geral, deve se prestar (ou deveria).
Para que seu trabalho ganhe a força necessária a fotografia tem um papel fundamental por ser esse o principal suporte para Helena Almeida fazer com que sua obra se fortaleça conceitualmente e possa ser interpretada. Nesse sentido, seu marido e colaborador Artur Rosa é o fotógrafo das performances e, em alguns casos, também objeto a ser captado junto a artista. No instante único que caracteriza toda concepção fotográfica, o registro ganha a potência necessária para se eternizar e a mensagem ultrapassar a fugacidade do clique.





                                                                                                                                            Bruna Barbiero
                  (O Abraço 2007, Total de oito fotografias p/b)




(Estudo para dois espaços, 1977 Fotografias p/b)




As obras de Helena Almeida expostas em Serralves parecem escancarar a relação artista/ arte numa fusão única que não dissocia uma da outra, uma espécie de silêncio que nos grita, que faz pensar nosso posicionamento perante as coisas da vida. Obras que nos fazem sentir presente por meio de sua  total presença em sua linguagem: é o seu corpo que nos ‘fala’.




                                                                                                             Bruna Barbiero
 (Série Ouve-me 1979, Fotografia p/b)







                                                   
"Como (…) coisas que não existem - uma exposição desenvolvida a partir da 31ª Bienal de São Paulo” 


Museu de Serralves (Rua D. João de Castro, 210, Porto)
Até 17 de janeiro/ 2016
Terça-sexta 10h/ 18h
Sáb., Domingo e feriados 10h/ 19h
Mais informações/ valores ingresso: http://www.serralves.pt






(Hall de entrada/ Parte da obra do artista: Éder Oliveira, Sem título 2015)






Trabalhos de artistas selecionados para uma das mais tradicionais mostras de artes, a Bienal de São Paulo, tem algumas das obras também selecionadas para uma exposição no Museu de Serralves, no Porto. Se podemos considerar que toda arte de alguma maneira se relaciona de forma política em seus contextos de produção, a maioria das que nos deparamos na mostra tem essa conotação explícita.
Com trabalhos com forte potencial crítico, os artistas escancaram a realidade, ou  talvez melhor seria dizer realidades: nos trazem a tona um lado contestador com a ordem imposta de ‘cima’, aquela que ao mesmo tempo censura, mata, quer calar as várias vozes fora do “padrão” político, religioso e social. 






(Mujawara of the School Tree, 2015, Contrafilé, Sandi Hilal&AlessandroPetti; Maps, 2015, Qiu Zhijie)
                               






(Histórias de aprendizagem, 2014, Voluspa Jarpa)






(Apelo, 2014, Clara Ianni e Débora Maria da Silva)






(Letters to the Reader, Walid Raad, 2014)






"Como (…) coisas que não existem”, artistas internacionais têm em comum uma visão inquietante da sociedade e buscam o diferencial tanto na concepção artística como na mensagem proposta pelas obras de arte, principalmente. Propõem questões que nos fazem sair do conforto, tentam mostrar que todos temos nossa parcela de responsabilidade.

                                                             

                                     






Sem comentários:

Enviar um comentário