quarta-feira, 19 de outubro de 2022

“Tipografia é pintar com palavras” - Paula Scher

Uma das designers mais influentes na área da tipografia é Paula Scher. Com o seu estilo tão particular e icónico é hoje conhecida como uma das grandes figuras do design gráfico, servindo de inspiração para jovens designers e estudantes de tipografia de todo o mundo. 

Um dos aspetos mais característicos do seu trabalho é a utilização de diferentes espessuras que transparecem grandes contrastes. Scher numa só composição mistura cores, fontes e tamanhos que resultam em objetos que nos oferecem muita informação, mas sempre de formas dinâmicas e expressivas. No seu portfólio vemos uma mistura entre o intelectual e o vulgar. Vemos trabalhos irreverentes que apesar da sua intensidade transmitem sempre uma mensagem clara e explícita. 



Scher admite ser obcecada pela tipografia. Diz que o seu trabalho provém da sua paixão e dedicação para com os seus projetos. Por vezes obtém resultados sem qualquer esforço enquanto que outras exigem um pouco mais de dedicação. No entanto a inspiração não deve ser forçada. Hoje em dia, estamos rodeados de design e tipografia seja no metro, na rua, num café... devemos olhar em volta e tirar inspiração das mais pequenas coisas. 

A designer aprendeu que “tipografia é pintar com palavras”. Através de fontes criamos quadros com mensagens, fazemos composições. A folha em branco é a nossa tela pronta para ser explorada, um espaço livre onde o designer se pode expressar e contar as suas verdades.

 “You have to be in a state of play to design. If you’re not in a state of play, you can’t make anything.” - Paula Scher.



Através da exploração do trabalho desta artista percebi que o design gráfico e a tipografia são meios que nós, artistas, devemos usar para nos expressar, para mostrar a nossa visão do mundo e transmitir mensagens. Independentemente se é um trabalho para um cliente ou algo pessoal devemos deixar sempre a nossa marca. O designer tem que se fazer ouvir e impor as suas ideias. Percebi também que uma das melhores características para um profissional desta área é a capacidade de persuasão e persistência para defender o seu trabalho. 


Apesar de ter começado a sua carreira no mundo da música, criando capas de discos e a sua divulgação, Paula Scher hoje vê o seu trabalho espalhado pelo mundo. Tem um portfólio inconfundível que conta com projetos de grande visibilidade para diferentes marcas, tais como Tiffany & Co., MoMA (The Museum of Modern Art), Windows e The New York Public Theatre. 



Em 1991 assumiu o cargo diretora da Pentagram, um dos maiores estúdios de design do mundo, tornando-se a primeira mulher a alcançar este cargo. Ganhou uma grande visibilidade e pode tornar-se um motivo de inspiração para diversas jovens que não se viam representadas nesta área. Apesar de ainda ser um meio dominado por homens, Paula Scher trouxe esperança e mostrou que as mulheres também podiam lutar pela sua carreira e interesses. 


Já ganhou diversos prémios, medalhas e discursou em prestigiadas instituições. Em 2018, foi escolhida para representar a área do design gráfico numa série da Netflix intitulada de “Abstract” onde fala do inicio da sua carreira e vida pessoal, da sua rotina e onde mostra alguns dos seus trabalhos e do respetivo processo criativo. O documentário tem como objetivo mostrar ao público quem é Paula Scher e o porquê de ela ser um dos maiores nomes na área do design gráfico, acompanhando projetos desde o rascunho até ao resultado final. 


Para finalizar, Scher ensinou-nos que a tipografia permite-nos brincar e ser livres, permite-nos utilizar diferentes estilos, comunicar diversas ideias partilhando também sentimentos e todo o tipo de mensagens. Um designer e/ou tipógrafo também é um artista e pode/deve expressar-se através da sua arte.








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