Jason Reynolds é um escritor americano que, encontrando inspiração em música rap, começou a escrever poesia aos nove anos. O livro que venho aqui falar é uma das últimas obras que ele lançou, ainda este ano, em colaboração com um amigo de infância, Jason Griffin.
O livro consiste em três longas frases, escritas por Reynolds, complementadas pelas ilustrações de Griffin.
A partir dessas três frases, o autor conta a história de uma família, o narrador sendo o rapaz adolescente, e fala sobre as experiências que sofreram e presenciaram nos últimos anos sendo uma família preta a viver nos Estados Unidos da America; mostrando o desespero, a ansiedades e a frustração de viver à espera de justiça, de progresso e como tudo continua igual mesmo depois de tantos acontecimentos.
O livro está dividido em três partes - três frases - “three breaths”. A maneira como Reynolds conta a história, essencialmente num poema, completado pelas ilustrações de Griffin, torna a discussão - sobre a pandemia do COVID-19, o homicídio de George Floyd, a brutalidade policial contra pessoas de cor - bastante interessante, pois estas menções não são específicas fazendo com que a nossa interpretação seja única e, o que é dito, podendo ser aplicado em diferentes situações sociais. Por um lado, conseguimos perceber quais as situações referidas, através das descrições e das metáforas presentes na arte, mas, ao mesmo tempo, o seu significado é vasto.
A arte de Griffin consegue captar o medo e o pânico, as dificuldades e a opressão e a agonia através da paleta de cor de cores predominantes - vermelho, azul e preto - representando os acontecimentos através das suas próprias interpretações - que depois, ao longo da história, essa paleta vai evoluindo e alargando, transmitindo esperança e até mesmo alegria.
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