O CAI, Centro de Arte Infantil, existiu durante 18 anos (1984/ 2002), fazendo parte do espaço do CAM, Centro de Arte Moderna, da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Lá a Arte-Educação era vivida e os seus jovens educandos aprendiam Arte, sobre as suas diferentes perspetivas, e… praticavam-na.
Três alunos, três exemplos, três nomes: Alexandre Penim, Tiago Nunes e João Fazenda, reencontraram-se na exposição “A Infância da Arte/ A Arte da Infância”, com Curadoria da Professora Doutora e Pintora Dalila D’ Alte Rodrigues, promovida pelo Centro Cultural Aziz Ab’Saber do ISPA – Instituto Universitário, em Lisboa, e inaugurada no passado dia 03 de Maio de 2022. Dia que, acompanhada por uma colega, visitámos esta exposição, cuja divulgação foi feita através da Rede Social - Facebook e Website.
Na Galeria Dr. Mário Casimiro, do mesmo Instituto, coabitavam obras destes três autores /artistas, de alturas distintas das suas vidas, com enfoque nos trabalhos da época em que frequentavam o CAI, Anos 90, do Séc. XX, em homenagem aos seus Professores e Pintores: Dalila D’ Alte Rodrigues e Eurico Gonçalves.
À entrada, na parede frontal, e em continuo passava um vídeo onde eram visualizadas obras de Eurico Gonçalves, Artista Plástico, Psicopedagogo e Arte-Educador no Atelier de Expressão Plástica do CAI. Igualmente Ensaísta, que de entre outros livros, escreveu: “A Pintura das Crianças e Nós-Pais, Professores e Educadores”, em 1976, Porto Editora, e em 1991, “A Arte Descobre a Criança”, pela Raiz Editora; pudemos encontrar excertos das suas obras literárias, na folha de sala, e conhecer melhor os percursos de formação e profissionais, daqueles que cresceram no CAI.
Alexandre Penim, atualmente Mestre em Arquitetura, frequentou o CAI a partir dos 10 anos de idade onde, sob orientação de Dalila D’Alte Rodrigues e Eurico Gonçalves, se sentiu encorajado a seguir um percurso artístico, que também passou pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL). E que se encontrava presente, acompanhado pela sua jovem família.
Tiago Nunes, Professor de Design de Equipamento, na FBAUL, participou no CAI entre os anos de 1991/ 1998, sendo que no seu último ano, expôs individualmente e pela primeira vez, Desenhos e Pinturas. Vencedor de diversos prémios na área do Design, é também Empresário na With Company, onde desenvolve projetos estratégicos e inovadores, da sua área. Igualmente esteve presente na exposição.
João Fazenda, reconhecido Pintor/ Ilustrador Nacional e Internacional, foi docente de Ilustração na Ar.Co e é, atualmente, Professor na FBAUL; autor de livros infantis e peças de Teatro, foi por diversas vezes distinguido com importantes Prémios ligados à Ilustração. Não se encontrou presente, por motivos profissionais.
Após uma longa espera e depois da chegada dos homenageados, o acolhimento aos visitantes e convidados apenas foi feito por Dalila D’ Alte Rodrigues, com a presença de Eurico Gonçalves.
Apresentando os seus antigos alunos, falou do percurso dos mesmos e recordou momentos e metodologias utilizadas no CAI: onde a liberdade criativa de cada criança era estimulada e valorizada, falando de alguns exemplos como: um episódio em que as crianças eram convidadas a pintar, coletivamente, numa extensão/ rolo de papel, aplicada no pavimento. Dalila D’Alte Rodrigues afirmou, em leve tom crítico, que a Educação Artística é fundamental no percurso formativo das Crianças e que essa falha educativa pode afetar o seu desenvolvimento.
O evento terminou pouco depois do discurso de Dalila D’ Alte Rodrigues, deixando-nos desconfortáveis por não ter ouvido a opinião dos Autores/ Artistas, representados, pois não discursaram.
Sentimos que as peças expostas e de grande qualidade, não foram devidamente mencionadas, por parte dos Autores/Artistas presentes, pois poderiam ter recordado junto com os professores, os momentos em que as executaram.
Apenas, durante a realização desta recensão, tomamos conhecimento de que posteriormente foi realizada uma Masterclass sobre a Exposição, com a presença dos seus intervenientes. A qual sentimos que não tenha sido tão amplamente divulgada, mesmo a quanto da Exposição.
Elegemos as obras de João Fazenda, como nossas preferidas.
Quanto a todos os trabalhos expostos, revelaram uma maturidade no traço e na criatividade das crianças, agora adultas, resultante das aprendizagens realizadas naquele memorável Centro de Aprendizagem Artística – o CAI, que gostaríamos que voltasse a existir.
Bibliografia e Websites, consultados:
Folha de Sala, Exposição “A Infância da Arte/ A Arte da Infância” (2022). Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) – Instituto Universitário.
Martins, D. (2014). Dissertação de Mestrado em Educação Artística, Centro Artístico Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian – Contributo para a Educação Artística em Portugal. Lisboa: Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação de Lisboa.
https://www.ispa.pt/agenda/eventos/a-infancia-da-arte-a-arte-da-infancia/
https://www.ispa.pt/agenda/noticias/inauguracao-da-exposicao-a-infancia-da-arte-a-arte-da-infancia/
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