Joan
Brossa, que nasceu em Barcelona no dia 19 de Janeiro de 1919 na rua
Wagner e mais tarde ficaria feliz com a coincidência de ter nascido na
rua nomeada a partir do seu compositor preferido, foi poeta, dramaturgo,
performer, artista plástico e designer gráfico. Integrou o movimento de
resistência à ditadura e à censura de Franco que teve grande influência
nas ideias anarquistas e socialistas do período que antecedeu o
franquismo. Durante a guerra civil espanhola foi destacado para servir
no exército, e foi um episódio desse improvável serviço militar que
estimulou Brossa a escrever o seu primeiro texto, publicado em Junho de
1938. Na década de 40 recomeçou a escrever e não parou até ao ano da sua morte (1998), escreveu mais de 80 livros, centenas de sonetos formalmente perfeitos e milhares de poemas, sempre em catalão — mesmo durante a proibição da língua na ditadura espanhola — e em 1951 concretiza o primeiro poema com objectos. O artista explicou que a passagem da prosa para a poesia, seguida da poesia visual e do uso de objectos, foi um processo de recolha e interpretação de elementos do quotidiano, e metaforizando a poesia com a electricidade afirmando a ubiquidade de ambas.
O artista descobre e explora o significado do significante. O gesto brossiano, além de transgredir as convenções artísticas, obriga-nos a repensar não apenas os hábitos de comunicação, mas também os hábitos mentais ao revelar o número de caminhos, predisposições e expectativas com que trabalhamos. Focamos a realidade em sistemas simbólicos e confundimo-la, por vezes, com algumas convenções que consideramos natureza.
Dau al Set
Brossa
foi um vanguardista, esteve sempre em movimento, em constante
experimentação. Juntamente com Arnau Puig, Joan Ponç, Antoni Tàpies,
Modest Cuixart e Joan-Josep Tharrats fundou o colectivo artístico Dau al
Set em Setembro de 1948 como resposta à paragem abrupta dos movimentos
contracultura em Espanha durante a ditadura. Em 1949 começam a imprimir a
publicação homónima ao colectivo na prensa de Tharrats: escrevem quase
totalmente em catalão (proibido à data), a tiragem rondava os 100 ou 200
exemplares e continha 4 a 12 páginas nunca encadernadas. O estilo
gráfico da publicação, que começou por ser uma ramificação do
surrealismo, depressa se destacou e ganhou um forte e particular
carácter onde o uso de elementos mágicos era uma constante ponte para o esoterismo da exploração interior. Distribuem-na regularmente a um
nicho barcelonês durante dois anos. Em 1952 o grupo começa a
dissolver-se e a publicação final sai em 1956.

Dau al Set significa "a sétima face dos dados" em catalão.
FONTES
Balaguer, E. (s.d.). Els ready mades (de Marcel Duchamp a Joan Brossa): el significat del significant. Obtido de UOC: https://www.uoc.edu/jocs/brossa/articles/balaguer_imp.html
Poet. (s.d.). Obtido de Fundacio Joan Brossa: http://www.fundaciojoanbrossa.cat/standard.php?idmenu=3
Terça-Nada!, M. (s.d.). Joan Brossa: pequeno panorama sobre sua vida e obra. Obtido de Marcelo Terça-Nada!: https://marcelonada.redezero.org/artigos/joan-brossa.html

















