segunda-feira, 4 de novembro de 2024

A Arte de (Sobre)Compensar: O Ensaio de Emily Keegin Sobre Trump

  Emily Keegin é uma editora e fotógrafa renomada, reconhecida pelo seu trabalho influente na fotografia editorial e direção criativa. É bastante conhecida pelo seu papel como Diretora de Fotografia na The FADER, onde ajudou a moldar a estética visual distintiva da publicação. Keegin tem um olhar aguçado para a fotografia contemporânea e pouco convencional, capturando emoções e personalidades genuínas. Frequentemente, desafia os limites da narrativa visual editorial.

Assim, não surpreendeu aqueles que acompanham o seu trabalho quando publicou um ensaio nas suas Histórias do Instagram, dissecando, do ponto de vista de uma editora e fotógrafa, o impacto visual do bronzeado de Trump e o seu significado.

Ela começa por dizer que, inicialmente, acreditava que o bronzeado artificial de Trump resultava de uma combinação de câmera e iluminação. Pensou que fosse feito para a audiência televisiva e que faria mais sentido sob luz azul. No entanto, agora parece-lhe que há uma razão mais psicológica por trás disso.

Em 2017, todos já achavam que Trump tinha um tom de pele alaranjado incomum, mas ninguém previu o quanto ele iria acentuar essa cor. À medida que o seu mandato avançava, mais bronzer era aplicado: quanto mais stress, mais maquilhagem. Depois de sair do cargo, a maquilhagem só aparecia nas câmaras, mas era geralmente mais discreta em comparação.


Em junho de 2024, após Trump debater com Joe Biden, a sua maquilhagem exagerada desapareceu. Ao analisar as fotos, é fácil ver que não há marcas de maquilhagem em torno do rosto. Em julho, o rosto já estava no mesmo tom das mãos. Agora, no presente, numa foto de 30 de outubro de 2024, no Madison Square Garden, vemos Trump com um bronzeado laranja muito escuro, como nunca antes.



Desde 2020 — quando a primeira foto do rosto intensamente bronzeado dele viralizou online, por volta do fim do seu mandato — a sua "máscara laranja" foi normalizada. Keegin argumenta que talvez devesse ser um foco de análise novamente. Porque, segundo ela, a máscara mudou: desapareceu e voltou. Desta vez, mais escura e brilhante, é mais gritante. A editora acredita que esta é uma forma importante de entender Trump e a forma como ele vê a sua realidade.

Então, a máscara fica mais escura no final das suas campanhas de imprensa; o que isto significa? Keegin compara com uma tendência da internet que começou neste verão — a "eyebrow blindness". Ela afirma que as nossas escolhas de maquilhagem não são feitas "às cegas", vemos os nossos defeitos de forma muito clara, e por isso tendemos a exagerar para tentar escondê-los o melhor que podemos. Algo peculiar que ela menciona na sua análise é que o bronzeado exagerado de Trump não combina com a sua estética de "big suits" e de “old money”.

Assim, Keegin conclui, com base na sua pesquisa, que a presença de uma máscara exagerada implica um ego em desespero, tentando esconder e sobrecompensar falhas e fraquezas. A intensidade crescente do seu bronzer, especialmente notória em fotos recentes, implica uma auto-apresentação ansiosa que pode sinalizar dúvida ou vulnerabilidade na atual corrida eleitoral.


Referência: https://www.instagram.com/emily_elsie/






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