segunda-feira, 8 de novembro de 2021

VISIONAIRE

Visionaire é uma agência com base em New York, fundada em 1991 por Cecilia Dean em conjunto com Stephen Gan and James Kaliardos.  De início, a sua pretensão e trajetória eram baseadas na publicação editorial de edições limitadas. O seu primeiro lançamento em 1991, com a edição “Spring”, no valor de US $10 tornou-se rapidamente conhecida, e considerada cada vez menos uma revista tradicional de arte, moda e design, mas cada vez mais uma obra de arte em si — é hoje em dia uma das “revistas” mais caras que existem. O seu posicionamento e escolha desde o princípio em produzir apenas pequenas tiragens e a estratégia de trabalhar sempre em conjunto com artistas em obras únicas foi o que caracterizou e diferenciou a Visionaire no mercado concorrente. Assim, em poucos anos começou a ser retratada como uma espécie de obra de arte, um objeto de desejo de consumo, em que se tornou atraente possuí-lo e expo-lo na sua própria casa. 

Para exemplo da rapidez da evolução do valor agregado as edições, em 1992, lançou-se a Edição 5, “O Futuro”, (vendida pela última vez no eBay por US $ 900). Na edição 53, "Sound", em 2007, a revista foi projetada no formato de um gira-discos de vinil portátil, acompanhado por cinco discos de 120 faixas originais de um minuto, criadas por artistas como David Byrne, U2, Michael Stipe, Courtney Love, Cat Power, Laurie Anderson, entre outros. 


Algumas edições custavam US $ 250, enquanto a edição “Larger Than Life”, por exemplo, que tinha 2,10 metros de altura, custava US $ 1.500 dólares.




A criatividade ultrapassa limites materiais, formatos e padrões esperados para uma revista. Explora-se o máximo no campo da perceção e inovação, pois uma revista não precisa ser quadrada, composta somente de papel e caber nas nossas mãos, a Visionaire busca muito mais do que isso para materializar as suas ideias. 

Portanto, com resultados tão positivos perante as suas publicações a Visionaire expandiu-se para uma agência experimental, que colabora com artistas, influenciadores e empresas por mais de 25 anos. Empenha-se para conceituar e produzir instalações de arte públicas, filmes, experiências imersivas e interativas, conteúdo de marca e múltiplos de arte através das lentes da arte, moda e cultura contemporânea.

Em entrevista para a revista “Vanityfair”, Cecilia Dean responde a respeito da coexistência em relação a Visionaire e o advento da internet, o desafio em como manter o interesse em algo físico e de certa forma estático competindo com a rapidez e velocidade das mídias na internet.


Segue abaixo pequeno trecho da entrevista:

VF: À medida que mais publicações se movem em direção a essas edições ou produtos realmente lindos, mas com menos frequência, ou como você queira chamá-los, eu me pergunto se Visionaire como uma “publicação”, em algum nível, derrotou a Internet?

CD: Você sabe oquê? Eu acho que faz muito sentido. De uma forma tão engraçada e irônica, Visionaire faz mais sentido agora do que antes. A Internet é tão fascinante porque o mundo funciona muito mais rápido, então você está a assistir  tudo em tempo real. Acho que o desafio para as editoras é fazer algo que ofereça uma experiência real ao visualizador, algo que você não possa encontrar online. [...] E acho que as pessoas anseiam por essa experiência, que eles têm que interagir com algo e então algo vai acontecer. A questão da Visionaire é representar uma experiência, não apenas um objeto que eles compram. Acho que as coisas estão mudando o suficiente para que isso seja o que o físico ainda tem a oferecer.


O editorial mais recente lançado foi a VISIONAIRE 69 2020, com curadoria da inimitável estrela Edison Chen. A edição vem como um "kit de stencils" contendo10 stencils feitos de cobre cortado a laser em resposta ao ano mais desafiador de Nick Knight, Naomi Campbell, Tom Sachs, Dr. Woo, Zeng Fanzhi, Cao Fei, LeBron James, Kelly Beeman, Shayne Oliver e Alaia Chen. O cobre é um material que ‘’lembra’’, pois registra as suas interações permitindo deixar marcas de mão e de uso. Foi utilizado com o propósito de ser um objeto em que todas as mãos que o tocarem deixarão marcas que  oxidarão com o tempo, para formar uma camada turquesa única, alterando assim a sua aparência. A edição vem embrulhada em um lenço de seda Clot e inclui uma máscara facial de Barbara Kruger e uma lata de tinta spray preta da marca VISIONAIRE para completar a experiência. 


Segue vídeo do Unboxing pelo próprio artista:

https://visionaireworld.com/blogs/imported/edison-chen-unboxes-visionaire-69-2020-guest-curated-by-edison-chen



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