O termo pop-up é normalmente aplicado a qualquer livro que tenha elementos (geralmente feitos de papel) tridimensionais nas suas páginas, que podem ser manipuladas pelo leitor. A maioria também inclui texto e ilustrações. Principalmente, eles destinam-se a crianças, pelo seu carácter visual.
Estes elementos de papel móveis estão contidos no livro, levantando-se quando este se abre. Esta técnica requere o trabalho de um engenheiro de papel e designer criativo, que procura uma maneira eficiente para criar os mecanismos interativos do livro, garantindo que eles não sejam imensamente dispendiosos de produzir e manipulados com sucesso sem constrangimentos com as partes de papel.
"Mechanical books should look like ordinary books. Their success is to be measured by the ingenuity with which their bookish format conceals unbookish characteristics."[1]
O primeiro "pop-up" não se pode considerar um livro, mas sim mais como um tipo de objeto de leitura mecânico . O seu inventor foi Ramon Llull (1232-1315). Titulado Lullian Circle, o objeto era composto por vários círculos sobrepostos e rotativos, cada um com uma categoria específica (verbos, adjetivos, etc). [2]
Ramon Llull — Ars Magma (1313) |
Hoje em dia, os livros pop-up são fontes populares de entretenimento tanto para adultos com crianças. No entanto, ainda que a maioria das pessoas associem esta categoria de livros à classe infantil, um dos seus primeiros propósitos foi ser um objeto educativo para estudantes de medicina sobre a anatomia humana. Eles não apenas transmitiam conhecimento para os seus leitores, mas também demonstravam visualmente e detalhadamente cada elemento anatómico. Estes livros não foram publicados para audiências juvenis até ao século XIX. e os livros com natureza infantil não foram produzidos em massa até à segunda metade do século XIX. A partir do momento em que foram introduzidos a públicos mais jovens, o principal objetivo das editoras foi experimentar maneiras inovadoras e criativas para incentivar o publico mais jovem a comprar os seus livros, o que resultou, pois a popularidade destes livros cresceu rapidamente.
Desde aí, os livros de pop-up foram evoluindo, tanto no seu público-alvo como na sua concepção e mecanismo. Como exemplo, destacam-se Lothar Meggendorfer e Ernest Nister, que foram pioneiros neste campo e fizeram vários mecanismos complexos e avançados. De fato, estes mesmo livros pop-up são cada vez mais procurados, para motivos de coleção.
Lothar Meggendorfer — Internationaler Zircus (1979)
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Ernest Nister — Our Darlings' Surprise Pictures (1825) |
Atualmente, estes objetos têm vindo a ser mais procurados e ocupam um espaço, cada vez maior, no mercado dos livros. São capazes de transmitir a sua mensagem de uma maneira excepcional, seja sobre um conto infantil — onde se destacam os dois engenheiros Robert Sabuda e Matthew Reinhart— ou uma problemática mundial — Herminia Din, uma professora da Universidade de Alaska Anchorage que criou um livro pop-up sobre preocupações sobre a vida marina e o problema da poluição plástica.
“If paper engineers are puppet makers,” says Rubin, “they hand the strings to the reader and the reader becomes the puppeteer.” [3]
Robert Sabuda — Alice's Adventures in Wonderland (2003)
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Matthew Reinhart — Harry Potter: A Pop-Up Guide to Hogwarts (2018)
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Herminia Din — Our Plastic Ocean, Our Clean Ocean (2019)
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Pela maravilha de ver a história ganhar vida através do papel em formas tridimensionais, o livro pop-up tem cada vez mais potencial para criar uma experiência de leitura aprimorada e assim, podemos considerar estes livros como uma síntese de comunicação, funcionalidade e arte.
“People think that it's magic, ... There's no electricity, no metal or screws or things that you have to plug in. It is so nontech, and you get to make the magic happen with your hands.” [4]
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[1] - Opie, Iona and Peter.
[3] - Kennedy, Kelsey (2017). The History of Movable Paper in One Massive, 9,000-Book Collection.
[4] - Sabuba, Robert.
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