A performance de Iago Moura Mota esteve presente nas Caldas da Rainha, no dia 30 de Maio, no evento Caldas Late Night.
A performance interpretada pelo heterónimo "Natureza Mota", fez com que todos os que a observavam ficassem perplexos. Esta performance é feita de uma interpretação de vários poemas da autoria própria de Iago Mota onde através da voz e da linguagem corporal projeta os sentimentos.
Percebemos uma fusão de teatro com poesia, onde alguns dos poemas que declama designa-lhes o nome de "Lúcio" e "O bispo da pata preta", interpretando com uma entoação na voz onde é nítido a mensagem e o sentimento, para além da performance que através do vestuário marcante e do corpo consegue mover o espectador.
No entanto, o performer através da sua interpretação passa uma mensagem que também é somente dele. Ao longo da performance podemos dizer que existe uma separação clara daquilo que é o seu "eu" e do "outro" que está em cena. Outro esse que se expressa com características muito peculiares.
É evidente através das palavras que diz, da expressão, do movimento, do corpo que fala com quem o está a ver que toda a sua arte se torna visível e original. É com todo o corpo que declama a poesia dentro dele.
Percebemos que estão dois corpos no palco, um a olho visível e outro a tentar expressar-se, a tentar descobrir-se e a conectar-se com os outros.
Ao entrar naquele espaço ouve-se uma voz que enche o peito, uma voz sentida, uma voz de alma que prende todos aqueles que tentam ir ver o que está a acontecer. Presos ao poeta, ao performer, ao artista tentam decifrar aquilo que necessita do olhar critico, do olhar de artista, pois para além de espectador, este deve inquietar-se um pouco mais e tentar ver o outro lado da moeda, e daquilo que está à sua volta.
A encenação, o texto, a caracterização bem como a interpretação são feitas exclusivamente pelo ator. Está patente um entusiamo, pragmatismo que se torna surpreendente sentir.
Para além disso, em cena o intérprete pretende abrir um outro espaço para além do que já existe, ou seja, dá a possibilidade de abrir um espaço mental através do corpo.
Constata-se que todo o público sente a energia daquele espaço em modos muito diferentes, pois todos os que observam têm um olhar único e logo toda a performance poderá ser interpretada das mais diversas maneiras.