A invenção do
livro impresso veio modificar o modo de como o livro é produzido, para quem é
produzido e o seu propósito. Pois veio democratizar a possibilidade de “qualquer”
indivíduo ter acesso ao saber, claro que inicialmente “qualquer pessoa” se restringe
aqueles de “boas posses”, visto que a sociedade ocidental europeia na sua larga
maioria, o povo, seria analfabeta; E a leitura e escrita provavelmente não
estaria entre as suas prioridades…
Visto principalmente como um objeto funcional
nesta primeira “fornada” e não tanto como um objeto de fruição. No entanto, os
tempos mudam e assim como as vontades, outrora algo que estaria restrito a um
número muito restrito de pessoas, atualmente pode-se constatar que está
largamente liberalizado, encontrando-se presente no conhecimento coletivo das sociedades,
sendo difícil não haver uma única casa que não tenha pelo menos um livro, e
aliás, fala-se da possibilidade de este desaparecer com a proliferação das
novas tecnologias da informação.
A par da ilustração que de certo
modo, que para além de “narrar” um evento, este de um certo modo também acaba
por assumir o propósito de decorar o impresso. No entanto na tipografia existem
elementos tipográficos em que a sua principal função é ornamentar o impresso,
de modo a embelezar este. Os ornamentos tipográficos surgem em várias formas,
tais como: Frisos, normalmente nas obras impressas da oficina são
colocadas na abertura de um capítulo ou então da obra na parte superior; Gravuras,
pequenos elementos gráficos de temática principalmente vegetalista (cestos de
plantas e flores, e encontra-se também elementos geométricos), encontram-se na
maioria das vezes no final de um capítulo e/ou da obra, preenchendo espaços em
branco; Vinhetas, definem-se por ser elementos tipográficos decorativos
pequenos, de diversos padrões que tomam o lugar das gravuras, servindo portanto
para o mesmo objetivo, sendo também recorrente a construção de frisos e filetes
(emolduravam as folhas de rosto dos livros) através da montagem de várias
vinhetas; Tarjas, tinham a mesma função que as filetes assim como o
preenchimento de espaços em branco. Com formato paralelepipédico, continham
elementos fitomórficos, que por vezes se conjugavam, com figuras fitomórficas e
antropomórficas e por fim, as Capitulares, que também se categorizam
como um elemento ornamental, principalmente de temática fitomórfica, sendo, no
entanto, possível encontrar com elementos antropomórficos e zoomórficos.
Fig.01- Friso da obra Tratado da forma dos libellos. |
Fig.02. Friso na obra Tratado da forma dos libellos, conjunto de vinhetas que formam um friso. |
Fig.03- Gravura na
obra A Termindo Sipilio arcade romano: Epistola, temática fitomórfica (romã). |
Fig.04- Vinheta na obra Tratado da forma dos libellos. |
Fig.05- Tarja na obra Agricultor perfeito. |
Fig.06- Capitular na obra Sermão de Santo Agostinho pregado em Santa Cruz de Coimbra no anno de 1770. |
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