quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Francesca Woodman






Francesca Woodman (3 de Abril de 1958 - 19 de Janeiro de 1981) foi uma fotógrafa Norte Americana, conhecida pelos seus autorretratos a preto e branco.

Woodman começou a fotografar aos 13 anos e a sua carreira acabou aos 22, quando terminou prematuramente a sua vida. Apesar desta curta carreira, criou mais de 800 fotografias, a maioria autorretratos em que expunha o corpo nu em interação com um cenário. Uma das características mais reconhecidas no seu trabalho é a utilização de exposições longas, que permitiam criar movimento na composição, ao movimentar a sua figura nua durante a exposição. Desta técnica resultam composições lindíssimas e surrealistas, em que a figura feminina dissolve as suas formas em linhas que remetem para um tempo passado; para um corpo efémero que habitou um cenário eterno; vejo as fotografias de Woodman como arquivos de tempo, pequenos filmes estáticos que contam uma história indecifrável.

“Am I in the picture? Am I getting in or out of it? I could be a ghost, an animal or a dead body, not just a girl standing on the corner…?” — Francesca Woodman

O trabalho fotográfico de Woodman é também altamente surrealista e conceptual, uma vez que a fotógrafa introduzia nas suas composições elementos simbólicos como crânios, pássaros e espelhos. Outra característica fascinante nestas composições é a procura da simbiose entre corpo e cenário; a fotógrafa procurava atravessar os objetos à sua volta, passando a fazer parte das paredes, chão, molduras e espelhos. Os espelhos eram utilizados como elementos ativos na distorção das formas do seu corpo; faziam com que os seus membros parecessem mais ou menos grotescos, criando, de certa forma, um corpo novo, uma criatura surreal, que protagonizava aquela fotografia. Aparentemente não há uma razão poética para justificar que Woodman utilizasse o seu corpo como elemento principal da sua arte. A fotógrafa afirmou certa vez “It’s a matter of convenience, I’m always available”. 

Woodman criou ambientes que combinavam elementos familiares e desconhecidos, o que resultou numa coleção fotográfica única, de fantasia e experimentação plástica e conceptual. Em vida teve poucas oportunidades de expor o seu trabalho, tendo o pouco reconhecimento contribuído para uma depressão que levou a fotógrafa a terminar a sua vida prematuramente. Hoje em dia é considerada das mais icónicas figuras da fotografia de autorretrato.

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