O conceito de “Fabrication
Laboratory/Fabulous Laboratory” - FabLab, surgiu em 2003 no Center for Bits and
Atoms (CBA) do Massachussets Institute of Technology (MIT), na disciplina “How
to do almost anything”, dada pelo Prof. Neil Gershenfeld. Houve tantos alunos inscritos nesta disciplina, que o professor
decidiu expandir este conceito. Em pouco tempo, os FabLabs chegaram aos mais
variados locais do mundo. Hoje em dia contamos cerca de 400 no mundo inteiro,
que estão ligados entre si através de uma rede mundial.
Em Portugal já existe uma rede
significativa de FabLabs, atualmente existem cerca de 20. Existe também a
Associação Fablabs Portugal, que tem como missão a dinamização da rede Fablabs
em Portugal e no mundo, assim como o aconselhamento científico e técnico aos
promotores e utilizadores de cada espaço. Pretende promover a criatividade, a inovação
e a cooperação nos presentes e futuros Fablabs com o intuito de orientar os
cidadãos e empresas locais para a possibilidade de experimentar materializar as
suas ideias e invenções.
1. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica. |
Os Fablabs são locais concebidos para
dar apoio técnico na criação de novos produtos. Estes espaços são dotados de
equipamento, processos e pessoas adequados à transformação de ideias em
protótipos e produtos em várias áreas acessíveis tanto para indivíduos comuns como
para empresas e são compostos por um conjunto de ferramentas de prototipagem
rápida, como fresadoras de pequeno e grande porte, máquinas de corte a laser e
de corte de vinil, scanners 3D, impressoras 3D, sistemas de videoconferência, dispondo
ainda, de computadores e respetivas ferramentas de programação informática
suportadas por software open source e por freeware CAD e CAM. Os projetos são
normalmente concebidos em 2D (no computador) e podem depois ser materializados
em 3D (nas máquinas). É um conceito pensado para o fomento numa comunidade de
uma educação técnica informal, cliente a cliente, proporcionando assim o
ambiente ideal para o processo criativo. Podemos ainda orientarmo-nos para
outras vertentes com bancadas de eletrónica, máquinas de costura, prensas, etc.
2. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica. |
3. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica. |
Dar acesso a meios de fabricação
modernos, promover a troca de ideias e a partilha de conhecimentos são alguns
dos objetivos que suportam a implementação destas estruturas. Estes espaços
permitem às pessoas aprender, experimentar e criar novos objetos, que podem ir
desde peças de mobiliário a dispositivos eletrónicos, permitindo que as
comunidades locais façam por elas mesmas os objetos de que necessitam com
supervisão técnica e operacional.
4. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica. |
5. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica. |
A utilização das máquinas nestas infraestruturas geralmente não acarreta qualquer custo. A contrapartida exigida é a partilha de conhecimento e a documentação das experiências onde se relata o que foi feito e as dificuldades que encontraram para chegar ao resultado esperado. O conhecimento libertado por estes registos pode vir a ser utilizados noutras áreas e para outros propósitos. Desta forma incentiva-se a partilha de conhecimento, o apoio à fabricação de novos produtos e instrumentos, a transformação de ideias em protótipos, a validação de provas-conceito, a criação de ferramentas inovadoras de trabalho, a promoção e criação de produtos customizados e o apoio a projetos individuais, empresariais e organizacionais, entre outros. O “Distributed Design Market Platform” é uma plataforma que é exemplo deste conceito de “distribuição de conhecimento”.
6. Screenshot do site https://distributeddesign.eu/ |
Com isto, encontramos benefícios que um
espaço destes traz aos estudantes, e até a professores. Por exemplo, a vantagem
de desenvolver projetos onde a ideia é desenvolvida, desde o conceito até o
protótipo, aprender de maneira interdisciplinar, com atividades integradas que
unem conceitos de várias disciplinas, o acesso a novas tecnologias e a possibilidade
de trabalhar em grupos e desenvolver empatia, colaboração e cooperativismo,
promovendo também o empreendedorismo.
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