sexta-feira, 8 de novembro de 2019

FabLab

O conceito de “Fabrication Laboratory/Fabulous Laboratory” - FabLab, surgiu em 2003 no Center for Bits and Atoms (CBA) do Massachussets Institute of Technology (MIT), na disciplina “How to do almost anything”, dada pelo Prof. Neil Gershenfeld. Houve tantos alunos inscritos nesta disciplina, que o professor decidiu expandir este conceito. Em pouco tempo, os FabLabs chegaram aos mais variados locais do mundo. Hoje em dia contamos cerca de 400 no mundo inteiro, que estão ligados entre si através de uma rede mundial.
Em Portugal já existe uma rede significativa de FabLabs, atualmente existem cerca de 20. Existe também a Associação Fablabs Portugal, que tem como missão a dinamização da rede Fablabs em Portugal e no mundo, assim como o aconselhamento científico e técnico aos promotores e utilizadores de cada espaço. Pretende promover a criatividade, a inovação e a cooperação nos presentes e futuros Fablabs com o intuito de orientar os cidadãos e empresas locais para a possibilidade de experimentar materializar as suas ideias e invenções.
1. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica.
Os Fablabs são locais concebidos para dar apoio técnico na criação de novos produtos. Estes espaços são dotados de equipamento, processos e pessoas adequados à transformação de ideias em protótipos e produtos em várias áreas acessíveis tanto para indivíduos comuns como para empresas e são compostos por um conjunto de ferramentas de prototipagem rápida, como fresadoras de pequeno e grande porte, máquinas de corte a laser e de corte de vinil, scanners 3D, impressoras 3D, sistemas de videoconferência, dispondo ainda, de computadores e respetivas ferramentas de programação informática suportadas por software open source e por freeware CAD e CAM. Os projetos são normalmente concebidos em 2D (no computador) e podem depois ser materializados em 3D (nas máquinas). É um conceito pensado para o fomento numa comunidade de uma educação técnica informal, cliente a cliente, proporcionando assim o ambiente ideal para o processo criativo. Podemos ainda orientarmo-nos para outras vertentes com bancadas de eletrónica, máquinas de costura, prensas, etc.
2. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica.
3. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica.
Dar acesso a meios de fabricação modernos, promover a troca de ideias e a partilha de conhecimentos são alguns dos objetivos que suportam a implementação destas estruturas. Estes espaços permitem às pessoas aprender, experimentar e criar novos objetos, que podem ir desde peças de mobiliário a dispositivos eletrónicos, permitindo que as comunidades locais façam por elas mesmas os objetos de que necessitam com supervisão técnica e operacional.
4. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica.
5. Foto de Mário Rui André, FabLab Benfica.










A utilização das máquinas nestas infraestruturas geralmente não acarreta qualquer custo. A contrapartida exigida é a partilha de conhecimento e a documentação das experiências onde se relata o que foi feito e as dificuldades que encontraram para chegar ao resultado esperado. O conhecimento libertado por estes registos pode vir a ser utilizados noutras áreas e para outros propósitos. Desta forma incentiva-se a partilha de conhecimento, o apoio à fabricação de novos produtos e instrumentos, a transformação de ideias em protótipos, a validação de provas-conceito, a criação de ferramentas inovadoras de trabalho, a promoção e criação de produtos customizados e o apoio a projetos individuais, empresariais e organizacionais, entre outros. O “Distributed Design Market Platform” é uma plataforma que é exemplo deste conceito de “distribuição de conhecimento”.
6. Screenshot do site https://distributeddesign.eu/
Cada vez mais as instituições académicas apostam neste tipo de iniciativa, dando a possibilidade aos alunos de, por exemplo, terem aulas de prototipagem e projetos interdisciplinares, em que podem produzir diversos tipos de objetos, e em diferentes escalas, experimentação com ferramentas novas do mercado, unir conceitos de STEAM à tecnologia de fabricação digital, eletrónica, técnicas tradicionais e práticas artísticas.
Com isto, encontramos benefícios que um espaço destes traz aos estudantes, e até a professores. Por exemplo, a vantagem de desenvolver projetos onde a ideia é desenvolvida, desde o conceito até o protótipo, aprender de maneira interdisciplinar, com atividades integradas que unem conceitos de várias disciplinas, o acesso a novas tecnologias e a possibilidade de trabalhar em grupos e desenvolver empatia, colaboração e cooperativismo, promovendo também o empreendedorismo.

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