“Quatro variações à volta de nada ou falar do que não tem nome”
de Nicolás Paris (Bogotá, Colômbia, 1977)
Curadoria de Filipa Oliveira
Exposição temporária de 18/11/2015 a 06/03/2016
Museu Colecção Berardo | Praça do Império 1449-003 Lisboa, Portugal | Piso: 0
Telefone: 21 361 28 78
Website: www.museuberardo.pt
Fotografias de David Rato
Quatro variações, quatro salas, quatro conceitos - ferramenta, método, ideia e sistema.
Esta exposição tem como temática o processo de aprendizagem e de erro, através de uma postura do artista perante a arte como a de um professor que ensina os seus alunos.
Assim sendo, cada espaço funciona como uma sala de aula. O espectador decide se quer aprender ou desaprender.
Os objectos funcionam como ferramentas pedagógicas que nos dão a entender que a ideia é um conceito em constante desenvolvimento e construção.
A aprendizagem por associação desmistifica o conceito de educação como sistema e transforma-o num método. Paris utiliza este processo através de várias experiências que por sua vez produzem, no espectador, uma vasta quantia de ideias, sempre presentes de uma organização lógica.
As quatro salas funcionam como um todo pelo uso da continuidade e evolução das ferramentas. Em cada espaço é explorada a construção como um processo de aprendizagem, quebrando as normas de pensamento educativo.
O uso da escala com as ferramentas é também posto à prova à medida que se atravessa de uma sala para a outra. Na primeira, onde os objectos são pequenos, o artista exige um contacto mais próximo com as peças, sendo necessária uma observação detalhada. Pelo contrário, a segunda tem mais espaço de manobra, onde é possível uma maior movimentação que é causada devido ao tamanho superior das peças. Aqui, o observador explora as peças, não com os olhos mas sim com o corpo, um desafio motor que quebra com as normas de aprendizagem.
A seguir, na terceira sala, passa a existir apenas um apontamento da concepção de ideia como um processo orgânico e natural que tem várias ramificações. Já na ultima sala, onde a noção de sistema é explorada, observam-se vários registos videográficos que revelam o uso do corpo como ferramenta auxiliar de montagem. Várias construções que fornecem ao espectador uma consciência da forma e do conteúdo, ao visualizar a produção, participativa e lógica, não só do artista mas também do próprio observador.
Nicolas Paris oferece-nos uma obra que não existe, invisível e intocável. É preciso ser participante. É preciso experimentar as sugestões didáticas do artista. É preciso desaprender o que já foi aprendido. Ao sair desta arena de conhecimento, o público processa esta passagem como uma avaliação.
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